Inesquecível: Clarice Lispector inspira peça de teatro, 48 anos após sua morte

Beth Goulart celebra 50 anos de carreira com o monólogo Simplesmente eu, Clarice Lispector, em cartaz no Teatro Fashion Mall, no Rio de Janeiro, até 8 de outubro, de sexta a domingo. No espetáculo, ela dá vida à escritora e a quatro de suas personagens, além de assinar a direção e concepção da peça.

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"Clarice nos surpreende em todos os momentos, porque tem uma literatura muito potente e nos faz ter novos olhares todos os dias... A passagem da escrita para o palco aconteceu quando deixei suas palavras ganharem corpo, forma, movimento", disse Beth, fã da escritora.

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Clarice Lispector não inspira apenas os brasileiros. Recentemente, a atriz Cate Blanchett, vencedora do Oscar por “Blue Jasmine” e “O Aviador”, disse que a escritora é uma de suas fontes de inspiração.

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Em discurso no Festival de Cinema de San Sebastián, na Espanha, a atriz australiana declarou que encontra reflexões importantes em leituras de obras de Clarice e a definiu como uma autora genial.

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A atriz citou pensamentos que estão na crônica “Diálogo do Desconhecido”, texto que integra uma coletânea presente no livro “A Descoberta do Mundo”, lançado em 1984.

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Blanchett mencionou Clarice após receber o Prêmio Donostia pelo conjunto de sua obra como atriz. A honraria foi entregue à atriz pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón.

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Uma das maiores escritoras brasileiras do século 20, Clarice Lispector nasceu na Ucrânia em uma família de origem judaica, no dia 10 de dezembro de 1920.

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Em 1922, Clarice migrou com a família para Maceió, após um período na Romênia. Os pais da futura escritora fugiram do antissemitismo na Europa e também da fome.

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No Brasil, todos os integrantes da família adotaram nomes portugueses. Foi nesse momento que Chaya Pinkhasovna Lispector se tornou Clarice Lispector.

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Aos 20 anos, Clarice já era órfã de pai e mãe e estava envolvida com as letras. Em 1940, publicou “O Triunfo”, sua primeira criação de que se tem notícia.

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Com apenas 21 anos, a autora publicou “Perto do Coração Selvagem”, livro que rendeu a ela o prêmio Graça Aranha.

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Entre 1943 e 1959, Clarice Lispector foi casada com o diplomata Maury Gurgel Valente e viveu fora do Brasil, retornando ao Rio de Janeiro após a separação.

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Em 1963, a autora publicou sua obra de maior impacto, “A Paixão Segundo G.H”. No romance, a narradora-protagonista, identificada apenas pelas iniciais G.H., passa por um experiência transformadora após encontrar uma barata morta.

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Com uma personalidade misteriosa, que atraía admiradores, Clarice também escreveu artigos para o Jornal do Brasil que a tornaram popular ao tratar de temas pessoais. Seu cachorro Ulisses, citado nos textos, ficou conhecido e faz parte de uma estátua qda escritora no Leme, no Rio de Janeiro.

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Um dos episódios mais dramáticos da vida de Clarice quase resultou em sua morte. A escritora dormiu com um cigarro na boca, situação que provocou um incêndio em seu apartamento.

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Após ser resgatada com parte do corpo queimada, ela passou três dias internada em estado grave, mas conseguiu sobreviver.

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O acidente tirou de Clarice parte dos movimentos da mão direita. Por isso, a autora passou a contratar assistentes para auxiliá-la na passagem de ideias para novos livros.

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A última obra de Clarice foi “A Hora da Estrela”, que narra a história de Macabéa, alagoana que migra para o Rio de Janeiro. Em 1985, o livro foi adaptado para o cinema sob direção de Suzana Amaral e com Fernanda Montenegro no elenco.

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Clarice Lispector morreu em 9 de dezembro de 1977, aos 57 anos, devido a um câncer de ovário. Ela foi enterrada no cemitério do Caju.

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