O Brasil tem uma fruta pouco conhecida, mas cujo nome é muito popular porque é usado para dizer coloquialmente que alguém está na pobreza. Ou seja, "na pindaíba".
A pindaíba, também chamada de pindaúva ou biribá, é fruto da árvore Duguetia lanceolata, nativa da Mata Atlântica brasileira . Ela pertence à família das Annonaceae, parente da graviola e da fruta-do-conde .
Crédito: DivulgaçãoA árvore pode alcançar entre 15 e 20 metros de altura, com tronco de casca rugosa e diâmetro expressivo . Suas folhas são simples, alternas, brilhantes e medindo cerca de 8 a 12 cm .
Crédito: Reprodução do Livro GUIAS FRUTAS DO MATOAs flores da pindaíba são hermafroditas, de cor que varia do amarelo-esbranquiçado ao rosado . A floração ocorre no final da primavera, entre outubro e novembro, conforme a região .
Crédito: Reprodução do Livro GUIAS FRUTAS DO MATOO fruto é globoso e coberto por protuberâncias, que se tornam vermelho-vináceas quando maduras . Internamente, cada carpelo contém sementes envoltas por polpa carnosa e saborosa .
Crédito: Reprodução do FacebookA polpa é fina e pouco volumosa, mas tem sabor doce e agradável ao paladar . Isso explica a expressão popular "estar na pindaíba", para indicar escassez de recursos .
Crédito: Reprodução do YoutubeA expressão se vincula ao fato de ser preciso recorrer à fruta, mesmo sendo pouco nutritiva, em tempos difíceis . Ela ilustra bem a conexão entre a cultura popular e a botânica brasileira.
Crédito: - DivulgaçãoA frutificação da pindaíba acontece geralmente entre março e maio, em regiões como Minas Gerais e São Paulo A dispersão das sementes é feita por animais que consomem os frutos .
Crédito: Reprodução Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa CatarinaA espécie cresce em solos bem drenados, em florestas semidecíduas e pluviais, preferencialmente em altitudes médias. A presença ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, incluindo o Centro‑Oeste .
Crédito: Reprodução Google MapsPor não ser comercialmente cultivada, a pindaíba é encontrada predominantemente na natureza. Sua produção é espontânea e esporádica, ligada aos ciclos das matas brasileiras.
Crédito: Reprodução Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa CatarinaA árvore é monoica (flores masculinas e femininas na mesma planta) e tem polinização realizada por besouros. Isso reforça seu papel ecológico, atraindo fauna e contribuindo para a biodiversidade.
Crédito: Reprodução do FacebookA madeira da pindaíba é de densidade moderada e resistente a cupins, sendo útil para construções rústicas . É usada em caibros, vigas, cabos de ferramentas e até na confecção de cordas .
Crédito: Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa CatarinaA polpa e sementes têm propriedades carminativas, sendo usadas como condimento por povos locais. Uma utilização curiosa que valoriza os frutos além do consumo direto.
Crédito: Reprodução do YoutubeA espécie é considerada útil para reflorestamento e arborização urbana, por seu porte e atratividade. Plantar pindaíba pode ajudar na recuperação de áreas degradadas e trazer benefícios ao ecossistema.
Crédito: - Reprodução Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa CatarinaA germinação das sementes é lenta e requer cerca de 30 a 50 dias, sendo as mudas transplantadas após quase um ano. Elas apresentam comportamento recalcitrante, sem longa viabilidade de armazenamento .
Crédito: Reprodução Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa CatarinaA pindaíba é considerada espécie nem pioneira, crescendo melhor em ambientes bem estabelecidos . Sua sobrevivência depende de sombra parcial e altos índices de umidade.
Crédito: Reprodução do GUIAS FRUTAS DO MATOInfelizmente, a planta é cada vez mais rara, com a coleta intensa de matérias‑primas e perda de habitat. Espécies ameaçadas de extinção, como essa, necessitam de atenção em programas de conservação.
Crédito: Flickr daniel quiniO fruto desperta curiosidade por seu sabor suave e aparência exótica, lembrando pequenas pinhas vermelhas . Ainda assim, permanece desconhecida por muitos, mesmo entre apreciadores de frutas nativas.
Crédito: Reprodução do facebook Coletivo em folhasRedescobrir a pindaíba é valorizar a riqueza botânica brasileira e sua herança cultural. Conhecê-la ajuda a preservar tradições, paisagens e expressões da nossa identidade nacional.
Crédito: Reprodução do facebook Coletivo em folhas