O curioso mundo do texugo e sua vida na natureza

Conhecido pela aparência inconfundível e pelos hábitos discretos, o texugo é um mamífero de porte médio que pertence à família Mustelidae e habita diversas regiões da Europa. Sua cabeça branca marcada por duas faixas negras, somada à cauda curta e clara, faz dele uma espécie facilmente reconhecida.

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Embora possa ter tamanho parecido com o de um canídeo, seu corpo robusto e anatomia particular destacam-se entre os mustelídeos. Apesar de sua presença em muitos habitats, o texugo não é fácil de observar, já que é mais ativo ao crepúsculo e durante a noite.

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Seus movimentos noturnos são lentos, cuidadosos, e guiados pelo olfato apurado, permitindo que avalie riscos no ambiente. No aspecto alimentar, o texugo é um omnívoro oportunista: consome tanto itens vegetais quanto animais, variando sua dieta ao longo do ano.

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Frutos como figos, amoras, bolotas e azeitonas, cogumelos, raízes, além de insetos, minhocas (Lumbricus terrestris), répteis, anfíbios, pequenos pássaros ou micromamíferos fazem parte de seu cardápio.

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Em estudos em regiões agrícolas de Portugal, por exemplo, descobriu-se um consumo elevado de trigo e insetos, com flutuações sazonais: nos meses secos predominam os gafanhotos, enquanto nos mais úmidos aparecem grilos, larvas e bolotas.

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Em outras áreas da Europa, como no norte, minhocas podem compor até entre 50% e 80% da dieta. As garras poderosas do texugo (com cerca de 25 milímetros de comprimento) fazem dele um escavador nato.

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Ele constrói complexas texugueiras, sistemas de túneis com câmaras de refúgio e ventilação, que podem evoluir com o crescimento da família. Para marcar território, ele ainda escava latrinas. A localização delas ajuda os pesquisadores a mapear suas áreas de atividade.

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O território médio de um texugo varia bastante conforme a região. Em Portugal, é comum que ele ocupe entre 4 e 5 km², embora em outras partes da Europa esse valor possa ser maior - há registros de territórios com mais de 24 km².

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Em regiões de alta densidade populacional, como no Reino Unido, algumas tocas comunitárias podem abrigar dezenas de indivíduos (em casos extremos, até 35 texugos), e até outras espécies, como raposas, podem usar partes dessas tocas por algum tempo.

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A reprodução dos texugos é bastante estratégica. Eles atingem a maturidade reprodutiva entre 14 e 15 meses. Podem acasalar durante o ano todo, mas há dois períodos mais frequentes: de fevereiro a maio e de julho a setembro.

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As fêmeas têm a capacidade de retardar a implantação do embrião por até dez meses, o que garante que o nascimento das crias ocorra na primavera, quando as condições são mais favoráveis. A gestação é curta (cerca de sete semanas) e as ninhadas normalmente têm duas a três crias.

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Em termos anatômicos, além das garras, o texugo possui um focinho móvel que colabora na escavação e pequenas orelhas que podem se fechar para impedir a entrada de terra enquanto cava.

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No que diz respeito à conservação, a espécie é classificada como "pouco preocupante" pela IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza -, mas a manutenção de seu habitat é fundamental.

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Medidas de conservação focam em preservar ambientes favoráveis, que forneçam alimento, refúgio e locais seguros para reprodução, além de funcionarem como corredores ecológicos que favorecem a dispersão e o intercâmbio genético entre populações.

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A nível social, os texugos geralmente vivem em grupos familiares, formados por um casal dominante e suas crias. Em algumas regiões, podem até enterrar indivíduos mortos dentro da estrutura das tocas.

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Finalmente, historicamente, o naturalista sueco Carl Linnaeus chamou o texugo de "Urso meles", porque acreditava que ele apreciava mel - hoje sabe-se que esse comportamento é raro e não típico da espécie.

Crédito: Zoo Keepers Europe Facebook/ Reprodução