Um possível caso de intolerância religiosa durante o batismo de uma criança no Rio de Janeiro tem chamado a atenção nos noticiários e na internet.
Durante a cerimônia realizada no bairro do Leblon, os pais alegam que o padre se recusou a pronunciar o nome da filha, Yaminah, por não considerá-lo um "nome cristão" e estar "ligado a um culto religioso".
Crédito: Reprodução/Redes SociaisA família registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como preconceito por raça, cor ou religião.
Crédito: Reprodução/Redes SociaisO padre, por sua vez, negou a acusação, afirmando ter dito o nome durante a cerimônia.
Crédito: Reprodução/Redes SociaisNo vídeo, gravado por uma tia, há um trecho em que o padre diz: "Recebe a luz de Cristo... querida criança".
Crédito: Montagem/reprodução redes sociais“O padre chamou a minha sogra antes de começar o batismo e falou que ele não falaria o nome da nossa filha porque não era um nome cristão", relatou a mãe, Marcelle Turan.
Crédito: Reprodução/TV Globo"A gente foi conversar na sacristia com ele e ele falou que o nome dela estava ligado a um culto religioso e que por isso não falaria o nome dela”, confessou ela.
Crédito: Reprodução/TV GloboO nome Yaminah tem origem árabe, derivado de “Yameen”, que significa “direita”, associado a bênção, boa sorte e força.
Crédito: Freepik/v.ivashCom o sufixo feminino -ah, significa “aquela que é abençoada ou afortunada”.
Crédito: Freepik/pvproductionsDicionários clássicos da língua árabe também associam a raiz do nome a conceitos de bem-aventurança e prosperidade.
Crédito: Christian Abella/Pixabay"Queríamos algo forte, com significado importante. Yaminah significa justiça, prosperidade, direção. É um nome muito bonito, não havia necessidade disso acontecer”, disse a mãe.
Crédito: Reprodução/TV GloboEmbora incomum no Brasil, "Yaminah" é um nome comum em comunidades muçulmanas e tem variantes em línguas africanas.
Crédito: Pexels/Nandhu KumarO Código de Direito Canônico — a "constituição" da Igreja Católica, promulgada em 1983 — recomenda que sejam evitados nomes "alheios ao senso cristão" no batismo.
Crédito: Pexels/Pixabay“Procurem os pais, padrinhos e párocos que não se imponham nomes alheios ao sentido cristão”, diz um trecho do documento promulgado pelo Papa João Paulo II.
Crédito: Julia Michelle/UnsplashNo entanto, especialistas e a própria prática da Igreja no Brasil indicam que essa recomendação não é uma proibição ou impedimento.
Crédito: Reprodução/TV Aparecida“Desde a década de 1980 não é obrigatório ter nome de santo. Qualquer pessoa pode ser batizada com qualquer nome”, explicou ao g1 Rodrigo Toniol, professor de Ciências Sociais da Religião da UFRJ.
Crédito: Josh Applegate/UnsplashEm resposta ao caso envolvendo Yaminah, a Arquidiocese do Rio de Janeiro reafirmou que o batismo foi considerado válido.
Crédito: debowscyfoto/PixabayA instituição repudiou qualquer tipo de discriminação e reafirmou seu compromisso com acolhimento e respeito à diversidade cultural.
Crédito: Jercy Rhea Senecio/Pixabay