Paraquedista autointitulado ‘Deus dos Céus’ morre durante voo de parapente na Itália

Ele caiu próximo à piscina de um hotel na cidade de Porto Sant'Elpidio, na região de Marche.

O acidente aconteceu no dia 17 de julho. As causas ainda serão investigadas.

A esposa do paraquedista, Miha Schwartzenberg, registrou em vídeo a última decolagem do marido.

"Por mais de 12 anos, estive presente em todas as decolagens e aterrissagens, desde paraquedismo, parapente, voos de helicóptero, paramotor e shows acrobáticos", escreveu ela nas redes sociais.

"Quando eu não podia estar presente em alguns voos de helicóptero, tínhamos o código WLC - “Chamada de Pouso para a Esposa”. Nunca perdi nenhuma. Exceto... esta", lamentou.

Segundo o prefeito de Porto Sant’Elpidio, Massimiliano Ciarpella, é possível que Baumgartner tenha sofrido um mal súbito durante o voo.

Felix Baumgartner era famoso por seu salto recorde da estratosfera realizado em outubro de 2012.

Ao saltar de 39 km de altitude, ele se tornou o primeiro paraquedista a quebrar a barreira do som ao atingir mais de 1.350 km/h.

A Red Bull, que patrocinou o salto, descreveu Baumgartner como corajoso, meticuloso e inspirador. "Felix nasceu para voar e estava determinado a ultrapassar os limite", disse o comunicado.

"Ele era generoso, dedicando muito do seu tempo para ajudar e inspirar tantas pessoas", acrescentou a Red Bull.

Seu projeto, o Red Bull Stratos, exigiu seis anos de planejamento, incluindo um balão gigante e um traje especial para suportar condições extremas.

"Eu estava lá em cima do mundo, fora de uma cápsula no espaço e na estratosfera. Olhei ao redor e o céu acima de mim estava completamente negro", contou Baumgartner na época do salto.

Baumgartner também relatou que, além da falta de mobilidade, tinha dificuldade de respirar e de "processar as emoções" à medida em que se aproximava da Terra.

Baumgartner também era conhecido por outros saltos icônicos, como das Torres Petronas, na Malásia, e do Cristo Redentor.

Conhecido por se autodenominar “Deus dos Céus”, Baumgartner iniciou sua trajetória nos esportes aéreos ainda jovem, praticando paraquedismo antes de se aprofundar no BASE jumping.

Em 2003, o austríaco realizou a primeira "travessia em queda livre" do Canal da Mancha ao saltar de um avião da Inglaterra em direção ao norte da França trajando um par de asas de carbono.

Na Áustria, seu nome também esteve envolvido em controvérsias, especialmente por declarações em que demonstrava simpatia por regimes autoritários.

Entre outras declarações, Baumgartner chegou a zombar publicamente das políticas contra as mudanças climáticas e criticou defensores dos direitos LGBTQ+.

Em 2010, ele foi condenado a pagar uma multa de 1.500 euros por agredir um caminhoneiro com um soco no rosto durante uma briga no trânsito, nos arredores de Salzburg.