Preços abusivos em hotéis de Belém transformam cruzeiros em opção de hospedagem na COP30

Diante da disparada nos preços da rede hoteleira de Belém para a Cop30, o governo federal encontrou uma solução emergencial: transformar dois transatlânticos em hotéis flutuantes.

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A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 acontece entre os dias 10 e 21 de novembro.

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As embarcações MSC Seaview e Costa Diadema terão capacidade conjunta para mais de 6 mil pessoas, distribuídas em aproximadamente 3,9 mil cabines.

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A medida, no entanto, trouxe outro desafio logístico. Os navios ficarão ancorados no Porto de Outeiro, em Caratateua, distrito a 20 quilômetros do centro da capital paraense, com acesso por vias estreitas e de infraestrutura limitada.

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A escolha pelo Outeiro ocorreu após a suspensão das obras de dragagem no Terminal Hidroviário Internacional de Belém, que permitiriam receber cruzeiros no coração da capital paraense.

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O investimento de R$ 210 milhões no Terminal Hidroviário Internacional de Belém foi paralisado em janeiro de 2025 sob alegação de risco ambiental.

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Como alternativa, o governo agora aplica cerca de R$ 180 milhões na adaptação do Porto de Outeiro, incluindo um píer de 710 metros, cuja entrega está prevista para 14 de outubro, poucas semanas antes da conferência.

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O deslocamento entre os navios e o Parque da Cidade, local dos principais pavilhões da COP30, deverá ser feito em cerca de 30 minutos, segundo promessa do governo do Pará.

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Para cumprir esse prazo, a aposta é a nova ponte estaiada que liga Outeiro a Icoaraci, ainda em fase de conclusão, prevista para setembro.

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Entretanto, reportagem do G1 constatou, após visitas recentes ao canteiro, que apenas a estrutura central estava concluída, enquanto os acessos seguiam em obras.

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Em testes de trajeto, o percurso entre o centro da cidade e a ponte consumiu mais de 35 minutos em dia de trânsito leve - sem incluir o trecho final até o porto.

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As melhorias no porto são coordenadas pela Companhia Docas do Pará, que também instalará 11 estruturas metálicas, chamadas dolphins, para garantir a atracação segura dos navios.

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O modelo acordado com a ONU prevê duas fases de hospedagem. Inicialmente, as delegações de 98 países em desenvolvimento e pequenos estados insulares terão prioridade de reserva, com diárias estimadas em US$ 220 - cerca de R$ 1,2 mil.

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Posteriormente, outros participantes, como ONGs e delegações adicionais, poderão acessar as cabines, cujos valores podem chegar a US$ 600 - cerca de R$ 3,3 mil.

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No entanto, surgiu um novo problema: o navio Costa Diadema não poderá acomodar delegações de 20 países, entre os quais estão Cuba, Haiti, Irã, Coreia do Norte, Chade, Sudão e Somália.

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Essa restrição não decorre de decisão do governo brasileiro ou da organização do evento, mas sim de recomendações impostas pelo grupo proprietário do cruzeiro, a americana Carnival Corporation & plc, devido a regulações que impedem reservas por cidadãos de países sem relações diplomáticas com os EUA

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Apesar de necessária, a medida de recorrer a transatlânticos para hospedagem no evento gera questionamentos ambientais. Mesmo parados, os cruzeiros precisam manter sistemas de energia e tratamento de efluentes em funcionamento.

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Há ainda receio de sobrecarga nas praias da região, um dos principais destinos turísticos da metrópole paraense.

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De acordo com o G1, com a movimentação extra de turistas os pesquisadores pedem que haja regras claras de ordenamento e segurança para evitar conflitos entre barcos de passeio e os transatlânticos.

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