A história de uma restauradora italiana que passou mais de 20 anos recuperando uma obra de Leonardo da Vinci ganhou destaque na mídia recentemente.
Em 1977, Pinin Brambilla assumiu a missão de recuperar "A Última Ceia", um dos murais mais famosos de todos os tempos.
Crédito: janeb13/PixabayAo iniciar o trabalho, ela encontrou a obra quase irreconhecível, coberta por várias camadas de tinta e gesso aplicadas por restauradores anteriores.
Crédito: Reprodução"Tive que me perguntar se era mesmo um Leonardo, porque estava completamente irreconhecível", declarou ela em uma entrevista à BBC em 2016.
Crédito: Reprodução/BBCO mau estado de conservação, segundo ela, se devia a diversos fatores.
Crédito: Reprodução/BBCNa ocasião, Da Vinci utilizou uma técnica experimental, utilizando óleo sobre uma superfície de gesso seco, o que resultou em uma rápida deterioração da obra.
Crédito: Andreas Lischka/PixabayTradicionalmente, a técnica conhecida como "afresco" — na qual a tinta é aplicada sobre uma camada de argamassa úmida — é notadamente famosa pelo poder de fixação.
Crédito: Jan Mateboer/PixabayA técnica exige que o artista termine mais rápido o trabalho, já que a superfície seca depois de um tempo. Da Vinci rejeitou, pois queria mais tempo para finalizar o mural.
Crédito: Reprodução/BBC"Seis restauradores trabalharam nela. Cada um deles mudou a fisionomia, as características e as expressões dos apóstolos", contou a restauradora.
Crédito: Reprodução/BBCA obra foi elaborada por Da Vinci em 1498, atendendo uma "encomenda" do duque de Milão, Ludovico Sforza.
Crédito: Domínio públicoBrambilla liderou um meticuloso processo para remover as camadas posteriores e recuperar a estrutura original.
Crédito: Reprodução/BBCEla e sua equipe removeram camada por camada usando câmeras, aquarelas e até instrumentos cirúrgicos.
Crédito: Reprodução/BBCBrambilla dedicou mais de 20 anos ao projeto, enfrentando desafios técnicos e até pessoais.
Crédito: Reprodução/BBC"O trabalho me fazia passar muito tempo longe do meu marido e do meu filho. Às vezes eu trabalhava sozinha, até mesmo aos sábados e domingos até o meio-dia", contou ela.
Crédito: Reprodução/BBCEla concluiu o trabalho em 1999, quanto já tinha mais de 70 anos. "Eu estava completamente obcecada", lembrou.
Crédito: Reprodução/BBCApesar de ter recebido críticas sobre possíveis excessos na remoção de camadas, Brambilla considerou a restauração um sucesso.
Crédito: Reprodução/BBC"Agora os rostos dos apóstolos parecem realmente participar do drama do momento e evocam a gama de emoções que Leonardo quis retratar diante da revelação de Cristo", ressaltou a restauradora.
Crédito: Reprodução/BBCBrambilla declarou que se sentiu emocionalmente ligada à obra: "Quando terminei [...] fiquei triste porque tinha que deixá-la [...] É como se você perdesse uma parte de si mesmo", confessou.
Crédito: Reprodução/BBCAtualmente, o famoso mural de 4,5 metros de altura decora uma parede do refeitório do mosteiro da igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão.
Crédito: Wikimedia Commons/Wolfgang