Um ano após morte de Ziraldo, livro inédito do escritor é lançado na Bienal

Um livro inédito de Ziraldo será lançado na Bienal do Livro, que vai de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro. Trata-se de "O caminho das sete tias”.

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O texto do livro, sem ilustrações, foi encontrado em janeiro durante revisão de arquivos do autor por parte da editora. O material datilografado nos anos 1990 tem anotações e a instrução para que não fosse publicado na época.

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O livro é um conto de fadas rimado em que um príncipe é guiado por 7 tias mágicas. Cada personagem simboliza um dia da semana, um planeta, uma cor, um pecado capital e uma nota musical.

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Recentemente o nome de Ziraldo foi envolvido em polêmica. O livro "O Menino Marrom" foi suspenso das atividades escolares no município de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.

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A secretaria de educação afirmou que atendeu a pedido de pais de alunos que não gostam da obra e acham que ela pode criar atritos entre as crianças. A prefeitura discordou e disse que o livro causa reflexão sobre igualdade. Mas o pedido dos pais foi aceito.

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O livro de 1986 mostra a amizade entre um menino marrom e um cor-de-rosa. Em certo trecho, por exemplo, o marrom diz que quer ver uma velha sendo atropelada. Outro ponto criticado pelos pais é quando as crianças dizem que farão um pacto de sangue, algo que eles consideraram ruim.

Crédito: Reprodução Editora Melhoramentos

Ziraldo morreu em 6/4/2024 no Rio de Janeiro aos 91 anos. O escritor e cartunista já vinha sofrendo com problemas de saúde há algum tempo. Em 2013, ele teve um ataque cardíaco leve enquanto estava na Alemanha e precisou passar por um cateterismo.

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De 2018 a 2022, ele sofreu três derrames e ficou com a saúde bastante debilitada. Até por conta disso, o cartunista estava fora dos holofotes nos últimos anos e precisou ficar em casa, recebendo cuidados médicos.

Crédito: reprodução tv globo

Duas semanas após a morte de Ziraldo, houve homenagens em rodas gigantes iluminadas em referência ao Menino Maluquinho, principal obra do artista. Os brinquedos acenderam no Balneário Comboriú (SC- foto), em Canela (RS) e no Parque Cândido Portinari, na Zona Oeste de São Paulo.

Crédito: MAAD/FG Big Wheel/Divulgação

Chargista, caricaturista e jornalista brasileiro, Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932.

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Seu primeiro desenho foi publicado quando ele tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.

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No entanto, a carreira artística de Ziraldo teve início mesmo no fim da década de 1940, quando ele começou a publicar frequentemente cartoons e charges em jornais e revistas.

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Seu humor ácido e perspicaz retratava a realidade social e política do Brasil, conquistando reconhecimento nacional e internacional.

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Em 1954, Ziraldo retornou para o "A Folha de Minas" e passou a publicar em uma página de humor. Três anos depois, ele se formou em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Crédito: Mundo Zira Divulgação

Nos anos 1960, Ziraldo realizou trabalhos para o "Jornal do Brasil" e "O Cruzeiro", publicando charges políticas e cartoons. Foi nessa época que ele criou os personagens Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

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Nesse período, Ziraldo conseguiu realizar um sonho de criança que era se tornar autor de histórias em quadrinhos. Foi dele a primeira revista brasileira do gênero feita por um único autor: a "Turma do Pererê".

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Ziraldo também se destacou na luta contra a Ditadura no Brasil. Ele foi um dos criadores do jornal "O Pasquim", que reunia personagens como o Graúna, os Fradins e o Ubaldo em charges irônicas e textos ácidos.

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"Ele é uma das pessoas que salvaram o Brasil da ditadura. Ele ficou no Brasil para lutar com a pena. Com papel, com ideias pequenas e pérolas. Uma pessoa como essa não vai embora", disse Fabrizia Pinto, filha de Ziraldo.

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O cartunista chegou a ser detido e levado para o Forte de Copacabana um dia depois do decreto do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

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Ao longo dos anos 1970, Ziraldo passou a se dedicar somente às histórias infantis. Seu primeiro livro infantil, "FLICTS", foi publicado em 1969.

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A primeira história com seu personagem mais famoso, o "Menino Maluquinho", foi publicada em 1980 e até hoje é considerado um dos maiores fenômenos editoriais do Brasil.

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Em 1997, o autor e sua maior obra foram homenageados pela Escola Unidos da Porto da Pedra no Carnaval carioca, com o enredo "No Reino da Folia, Cada Louco com a Sua Mania".

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Ziraldo também recebeu diversos prêmios pelas suas obras, como o Prêmio Jabuti, o Prêmio Hans Christian Andersen e o Prêmio Merghantaller.

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Seus livros foram traduzidos para mais de 10 idiomas e sua obra "O Menino Maluquinho" chegou a ser adaptada para o cinema, teatro e televisão.

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Na vida pessoal, Ziraldo foi casado com Vilma Gontijo Alves Pinto de 1958 até 2000, quando ela morreu de infarto, aos 66 anos. Em 2002, o cartunista casou-se com Márcia Martins da Silva, com quem viveu até seus últimos dias.

Crédito: Arquivo site Lu Lacerda