Yoko Ono: nova biografia da artista contesta rótulo de vilã dos Beatles

Uma nova biografia de Yoko Ono, escrita pelo jornalista estadunidense David Sheff, propõe uma reinterpretação da trajetória da artista japonesa, desafiando a visão tradicional que a retrata como a responsável pela separação dos Beatles.

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O livro “Yoko: Uma Biografia”, lançado no Brasil dia 9 de setembro pela Editora Sextante, destaca a trajetória da japonesa como pioneira na arte conceitual e feminista, além de enfocar o preconceito que enfrentou ao longo de sua carreira.

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“Ela ainda é vista como a megera que separou os Beatles e roubou Lennon de nós. Mas o fato é que a maioria das pessoas não conhece realmente sua história”, declarou Sheff em entrevista à revista Veja.

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A obra também revela detalhes íntimos sobre a vida pessoal da artista, incluindo sua reação ao receber a notícia da morte de John Lennon. Segundo o relato de Sheff, ela estava em casa quando recebeu a visita de um médico que lhe informou sobre o assassinato do marido

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Inicialmente, ela reagiu com incredulidade, dizendo: "Isso não é verdade. Você está mentindo, não pode ser, eu não acredito". Somente quando uma enfermeira lhe entregou o anel de casamento, ela compreendeu a tragédia que havia ocorrido.

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O assassinato de Lennon, ocorrido em 8 de dezembro de 1980, abalou profundamente Yoko e teve um impacto significativo em seu filho, Sean Lennon, que na época tinha apenas cinco anos.

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Esta biografia se soma a outros esforços recentes para resgatar a imagem de Yoko Ono e valorizar seu legado artístico.

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Aos 92 anos, ela vive de forma reclusa em uma fazenda no norte do estado de Nova York, mas sua obra continua a ser celebrada mundialmente, como evidenciado pela retrospectiva realizada na Tate Modern em Londres em 2024.

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Yoko Ono nasceu em Tóquio, capital do Japão, no dia 18 de fevereiro de 1933. Ela é uma artista multimídia, cantora, compositora e ativista pela paz.

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Filha de uma pianista clássica e de um banqueiro, sua infância foi marcada pelos desafios da Segunda Guerra Mundial e pelas transformações sociais no Japão.

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Após o conflito, sua família se mudou para os Estados Unidos, onde Yoko estudou filosofia, música e literatura no Sarah Lawrence College, em Nova York, iniciando sua trajetória artística em um ambiente cosmopolita e intelectual.

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Nos anos 1950 e 1960, Yoko integrou o movimento vanguardista Fluxus, tornando-se referência na arte conceitual e performática.

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Entre suas obras mais conhecidas está a performance "Cut Piece", de 1964, em que o público era convidado a cortar pedaços de sua roupa enquanto ela permanecia imóvel, provocando reflexões sobre vulnerabilidade, poder e a presença da mulher na arte.

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A relação de Yoko Ono com John Lennon começou em 1966 e foi um marco tanto na vida pessoal quanto na carreira de ambos. O casal se conheceu em uma exposição de arte da japonesa em Londres, e o músico rapidamente se interessou por sua abordagem em relação à arte e à vida.

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A partir desse encontro, iniciou-se uma colaboração artística que viria a ter impacto profundo na música e na cultura popular. Em 1969, Yoko e Lennon se casaram e formaram a Plastic Ono Band, grupo que se tornaria o veículo de suas experiências musicais e políticas.

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A presença de Yoko ao lado de Lennon foi frequentemente apontada como fator de tensão nos Beatles, principalmente durante o período de gravação dos álbuns “Let it Be” e “Abbey Road” e do fim da banda.

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Ela participava ativamente das sessões de estúdio, o que gerou críticas de outros integrantes e alimentou a narrativa de que teria sido responsável pela separação do grupo.

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O casal tornou-se conhecido internacionalmente pelo ativismo pela paz, realizando eventos icônicos como o "Bed-In for Peace" em Amsterdã e em Montreal, em 1969. Durante essas ações, Yoko e Lennon utilizavam sua visibilidade para protestar contra guerras e promover mensagens de amor e não violência, criando uma imagem pública que unia música, arte e engajamento social.

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Após o assassinato de John Lennon em 1980, Yoko Ono enfrentou o luto e a pressão da opinião pública, mantendo-se fiel à preservação do legado do ex-marido.

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Ela continuou a produzir música, lançando álbuns como "Milk and Honey", de 1984, que trazia gravações feitas por Lennon antes de sua morte, e realizou diversas exposições de arte ao redor do mundo.

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Ao longo de sua trajetória, Yoko também se engajou em causas humanitárias e feministas, consolidando sua reputação como artista de vanguarda e defensora da paz mundial.

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