Zezé Motta é uma das artistas mais respeitadas do Brasil, com uma carreira que abrange teatro, televisão, cinema e música e aos 81 anos continua em plena atividade artística e encara novos desafios em sua trajetória. Em maio de 2025, apresentou seu primeiro monólogo, “Vou Fazer de Mim um Mundo”, inspirado na obra “Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola”.
É uma das musas que inspiraram a canção “Tigresa”, de Caetano Veloso, cujos versos servirão de base para um filme sobre sua vida, atualmente em fase de produção.
Crédito: reprodução instagramEla carrega consigo dezenas de histórias que inspiraram e, ainda inspiram, as gerações seguintes. Foi a primeira mulher negra a protagonizar um filme do cinema nacional, interpretando Xica da Silva, em 1976.
Crédito: divulgação/embrafilmeEla conta: “Meu cachê aumentou muito depois de Xica da Silva e eu tinha muita proposta de trabalho. Mas o que explodiu muito, o que realmente me deu estabilidade, foi a música. Quase todo fim de semana cantava.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaMesmo com todo o reconhecimento, ela ainda recebia convites para papéis estereotipados e sem relevância. Chegou a recusar um papel, cuja única função seria servir comidas em uma festa. Ao tornar pública sua indignação, denunciou o racismo estrutural na televisão, onde atores e atrizes negros eram frequentemente limitados a papéis secundários, como motoristas, faxineiras ou secretárias.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaO posicionamento de Zezé garantiu a ela um lugar de destaque na luta contra o racismo. Ela ajudou a fundar o Movimento Negro Unificado em 1978, e, em 1984, criou um de seus projetos mais queridos: o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN).
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaO ator Lázaro Ramos reconhece em entrevistas que conseguiu seu primeiro teste de personagem graças ao CIDAN.
Crédito: Instagram/ @oalazaroramosEm 1984, Zezé interpretou Sônia, par romântico do ator branco Marcos Paulo, na novela “Corpo a Corpo”. Se na ficção o casal enfrentava preconceitos da família dele, na vida real a atriz também sofreu e recebeu comentários profundamente racistas naquela época.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaAtualmente, Zezé afirma que prefere deixar às novas gerações a liderança na luta contra o racismo. Sua missão, porém, foi cumprida com excelência: deixou um legado e abriu caminhos para novos artistas negros.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaEla conta: “Foi muito difícil, é difícil não ser afetado por isso. Mas nunca pensei em desistir. Aquilo era combustível para seguir minha luta. Eu já estava colhendo os frutos do meu trabalho e da luta de movimentos negros, sendo reconhecida, ganhando prêmios”.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaNascida Maria José Motta de Oliveira em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 27 de junho de 1944, a trajetória artística de Zezé Motta começou cedo, quando foi enviada a um colégio interno após seus pais se mudarem para o morro do Cantagalo, em Copacabana, e descobriu sua paixão pelo teatro.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaEm outro colégio, atuou como a mãe de Anne Frank em uma peça e conquistou uma bolsa completa no Tablado, principal curso de artes cênicas da época.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaParalelamente, concluiu o curso técnico em contabilidade. Em 1968, estreou profissionalmente no teatro em São Paulo na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, ao lado de Marília Pereira, que se tornou sua grande amiga e conselheira.
Crédito: Reprodução X /@zezemottaNo mesmo ano, iniciou sua carreira na televisão na novela "Beto Rockfeller", da TV Tupi. Nos anos 1970, decidiu ser cantora e lançou seus primeiros discos e se apresentou em casas noturnas de São Paulo, como Balacobaco e Telecoteco.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaSobre o início da carreira musical, ela disse: “As pessoas me perguntavam ‘e agora?’. Aí eu falei: agora eu vou cantar, já fiz sucesso, vou cantar um pouco. Meu empresário, o Guilherme Araújo, leu isso… não tinha nenhuma estrutura, gravadora, produtor, repertório, nada. Eu só estava com vontade, só tinha o sonho. E ele só disse ‘vambora’.”
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaComo cantora, lançou 14 discos e se apresentou em importantes palcos, incluindo a Carnegie Hall, em Nova York. Seu álbum "Negritude", lançado em 1979 é considerado um marco na música brasileira.
Crédito: DivulgaçãoNa TV, atuou em produções como "A Patota", "Supermanoela" e "Duas Vidas", "A Próxima Vítima", "Xica da Silva", "O Beijo do Vampiro", "Floribella", "Sinhá Moça", "Cinquentinha", "Rebelde", "O Canto da Sereia", "A Grande Família", "Boogie Oogie", "Escrava Mãe", "Falas da Vida", "Arcanjo Renegado", "Fuzuê", entre outras.
Crédito: reprodução/tv mancheteSobre sua vida pessoal, a artista é mãe adotiva de quatro filhos, chamados Luciana, Carla, Robson e Cíntia.
Crédito: Reprodução Instagram / @zezemottaAlém disso, atua como vice-presidente do Retiro dos Artistas, instituição que apoia artistas idosos.
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