Empatia também no mercado de trabalho, aponta especialista

Segundo relatório do Empathy Monitor, 91% dos CEOs acreditam que a empatia está diretamente relacionada à melhor performance financeira da empresa e 93% dos colaboradores afirmam que estão mais propensos a ficar em uma organização empática. De acordo com o relatório, a empatia tem impacto direto na produtividade, lealdade e engajamento dos funcionários. A conclusão é que ser empático no local de trabalho fornece retornos significativos e concretos. Conectar colegas de trabalho ajuda a sustentar uma empresa próspera, criada para o longo prazo.

De acordo com a especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional, Adriana Schneider, a importância da empatia no ambiente de trabalho é enorme. “Empresas que conseguem construir um ambiente onde a empatia é valorizada se diferenciam, se destacam e tem maior valor agregado. Uma postura empática reconhece as necessidades, as dores, a forma de pensar e de agir de todas as partes envolvidas no negócio, ou seja, os colaboradores, líderes, parceiros, fornecedores e, principalmente, os clientes. Uma pessoa que é empática conhece de si e reconhece aspectos seus no outro e também o que ela tem de diferente do outro. Uma empresa empática reconhece os pontos de maior aproximação com o mercado”, diz.

Ao desenvolver um ambiente empático, os funcionários se sentem mais acolhidos, os talentos ficam e crescem com a empresa. Segundo Adriana, para que isso aconteça, é importante que os líderes sejam preocupados com as pessoas, e não apenas com os processos. “Os chefes precisam se conectar com os dons de cada um dos colaboradores. Uma empresa empática tem um ambiente de escuta, ou seja, oferece canais de comunicação aberto, podendo ser uma pesquisa de clima, um canal de denúncia, reuniões semanais, encontros entre equipes, projetos articulados que envolvam, incentivem e apoiem a equipe”.

Outra característica de uma empresa empática é que a relação com os colaboradores é mais flexível, ou seja, tem horários flexíveis, dá opções de trabalho remoto ou presencial, oferece benefícios que tenham mais a ver com o colaborador, etc. “É importante também que exista espaços onde as pessoas possam conviver. No trabalho remoto, não necessariamente o espaço é físico. Pode-se criar plataformas em que o happy hour seja virtual, onde as pessoas se sintam escutadas e enxergadas”, aconselha Adriana. Outra característica é valorizar o processo de desenvolvimento e de aprendizado do colaborador, seu comprometimento, o alcance do resultado. “É importante que haja incentivos para que ele cresça, amadureça, que se torne um profissional diferenciado. Uma empresa empática reconhece, dá recompensas, mostra quais são os profissionais que são modelo, valorizando sua participação em reuniões, sem nada ter a ver com hierarquia”, explica. “Empresas empáticas estão mais abertas à diversidade de gênero, de classes sociais, empresas que incentivam a diversidade tem um diálogo muito maior com a sociedade. Quanto mais diversidade, mais fácil de enxergar o país. É preciso reconhecer a si para reconhecer o outro”, finaliza.