Torcida Organizada do Cruzeiro protesta contra mudança no mascote

Integrantes de uma Torcida Organizada do Cruzeiro se reuniram em frente à Toca da Raposa, nesta quinta-feira (23), para protestar contra a mudança da identidade do mascote do clube, o Raposão. Sob os gritos de “Ronaldo, gordão, devolve o Raposão”, os torcedores pediam ao dono da SAF para voltar com o visual do antigo símbolo do clube. A informação é do “GE”.

A alteração nos mascotes aconteceu não só na cor e na roupa, como também na expressão dos dois símbolos, o Raposão e o Raposinho. Nas redes sociais, outras organizadas do clube se pronunciaram sobre o novo visual.

“O Raposão é o maior mascote do Brasil, e sempre se fez presente pelo carisma, força e seriedade, tudo ao mesmo tempo. É inadmissível as mudanças feitas no mascote, e só corroboram aquilo que estamos vendo faz tempo: a falta de sinergia com o torcedor, que agora é mero cliente, e principalmente a falta de conhecimento de muitos que hoje estão no Clube sobre o Cruzeiro e principalmente a própria torcida”, diz trecho do pronunciamento.

As alterações nos mascotes cruzeirense levanta uma questão jurídica importante. As SAFs tem poder para alterar símbolos que alterem a identidade de um clube? De acordo com o Artigo 2º, parágrafo 4º, inciso II, da Lei da SAF, a resposta é “Não”. De acordo com a legislação, a SAF precisa da autorização da assembleia dos acionistas (poder de voto) para realizar qualquer mudança “no símbolo, no brasão, na marca, na alcunha, no hino e nas cores” do clube.

No entanto, há quem entenda, neste caso, que não houve mudança nos mascotes. A Super Rádio Tupi ouviu o advogado especialista em Direito Desportivo Gustavo Lopes para debater o assunto. Na visão do jurista, o “mascote continua o mesmo” e o que aconteceu foi “uma reestilização” do símbolo.

“Eu penso que o mascote continua o mesmo, é a Raposa. Aquilo foi branding da marca. Uma reestilização dela com o objetivo de torná-la mais moderna, mais abrangente diante daquilo que a organização quer. A figura do Raposão era uma figura de cara fechada e tentaram trazer um aspecto mais simpático, mais pacífico. Eu não vejo como uma alteração do mascote”, afirmou Gustavo Lopes.

Ouça abaixo a íntegra da declaração do Dr. Gustavo Lopes sobre o tema.