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Quem foi Dorinha Duval, atriz condenada por assassinato, que morreu aos 96 anos
Atriz brilhou nas novelas da Globo e abandonou a carreira após crime passionalA atriz Dorinha Duval, conhecida por interpretar a primeira Cuca do Sítio do Picapau Amarelo, morreu nesta quarta-feira (21), aos 96 anos. Ícone das primeiras décadas da televisão brasileira, ela brilhou em grandes produções da Globo antes de se afastar da carreira artística após uma tragédia pessoal.
Batizada como Dorah Teixeira, a atriz estreou na emissora em 1969 na novela Verão Vermelho, de Dias Gomes. Ao longo dos anos 1970, consolidou sua carreira com papéis de destaque em novelas como Irmãos Coragem, Minha Doce Namorada e Selva de Pedra, todas dirigidas por seu então marido, o diretor Daniel Filho, com quem foi casada entre 1961 e 1972. Juntos, tiveram uma filha, a atriz Carla Daniel.
Por que Dorinha Duval abandonou a carreira na televisão?
Dorinha viveu um dos momentos mais marcantes da TV ao integrar o trio das irmãs Cajazeiras na novela O Bem-Amado (1973), ao lado de Ida Gomes e Dirce Migliaccio, e posteriormente ao vestir a fantasia da Cuca, em 1977, na primeira versão televisiva do Sítio do Picapau Amarelo. Sua interpretação do jacaré loiro e assustador marcou a infância de toda uma geração.
No entanto, no início dos anos 1980, sua trajetória tomou um rumo trágico. Dorinha foi condenada por matar o segundo marido, Paulo Sérgio Alcântara, com quem foi casada por seis anos. Durante o julgamento, a atriz alegou legítima defesa, afirmando que era constantemente humilhada e agredida psicologicamente por ele, 16 anos mais jovem. Teria sido chamada de “velha, feia e gorda” e testemunhado flertes do companheiro com outras mulheres.
Como foi a vida de Dorinha após o escândalo?
Condenada a seis anos de prisão, Dorinha cumpriu apenas oito meses em regime semiaberto. A partir de 1987, abandonou completamente os holofotes e passou a se dedicar às artes plásticas, com foco em escultura. Reclusa e longe da mídia, nunca mais voltou a atuar na televisão.
Apesar do afastamento, seu legado artístico permanece vivo por meio de seus personagens e da contribuição à história da teledramaturgia brasileira.