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Governo dos EUA proíbe Harvard de matricular estrangeiros; alunos atuais teriam que se transferir ou deixar o país
Decisão, classificada por Harvard como "ilegal", foi revogada na noite desta quinta (22) por um juiz federal de São Francisco (EUA)
O governo dos Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, proibiu a Universidade de Harvard de matricular novos estudantes estrangeiros e determinou que os atuais alunos internacionais se transfiram ou perderão seu status legal no país. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (22) pelo Departamento de Segurança Nacional, por meio de uma carta enviada à instituição.
A decisão envolveu a revogação imediata da certificação no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis), sistema essencial que autoriza instituições de ensino americanas a receberem alunos de outros países. “Com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis, na sigla em inglês) da Universidade de Harvard está revogada”, declarou Kristi Noem, da Segurança Nacional, em correspondência obtida pelo The New York Times.
Na noite desta quinta-feira (22), um juiz federal de São Francisco, nos Estados Unidos, impediu o governo do presidente Donald Trump de revogar o status legal que permite que estudantes estrangeiros estudem em universidades no país.
Quais seriam as consequências da medida para Harvard?
Com a medida, Harvard — uma das mais antigas e prestigiadas universidades do mundo — perderia temporariamente uma de suas principais fontes de renda e diversidade acadêmica. Em 2025, a instituição contava com cerca de 6,8 mil alunos estrangeiros, o equivalente a 27% do corpo discente, número que representa um aumento de quase 20% em relação a 2010.
Ainda segundo fontes do The New York Times, a revogação foi motivada por questionamentos sobre a legalidade de registros estudantis da universidade, investigados recentemente pelo Departamento de Segurança Nacional. A medida é vista como parte de uma escalada de tensões entre o governo Trump e Harvard, que já havia movido ações judiciais contra interferências da administração federal em suas políticas internas.
Em nota à imprensa, Harvard classificou a ação como “ilegal” e alertou para os danos que ela pode causar à instituição e ao país: “Esta ação retaliatória ameaça causar sérios danos à comunidade de Harvard e ao nosso país, além de minar a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard”. A instituição afirmou ainda que está trabalhando para orientar e apoiar os alunos afetados.
A exclusão dos estudantes internacionais representa não apenas perdas financeiras, mas também um impacto direto na diversidade e reputação global da universidade. A expectativa é de que Harvard recorra judicialmente da decisão nos próximos dias.