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Prefeitura apoia ocupação do MTST no Porto Maravilha

Cerca de 200 famílias seguem no local à espera de moradia digna; Município quer evitar despejo e dialogar com lideranças

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Foto: Reprodução

A ocupação Povo Maravilha, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Porto Maravilha, região central do Rio de Janeiro, recebeu nesta segunda-feira (2) o apoio oficial da Prefeitura. O secretário municipal de Habitação, Diego Zeidan, e o subprefeito do Centro, Alberto Szafran, estiveram no local e afirmaram o compromisso com um processo de negociação pacífica e a busca por soluções concretas para moradia digna.

O terreno ocupado, de 1.800 m², estava abandonado e pertence à Cia Docas do Rio de Janeiro (PortosRio), vinculada ao governo federal. A ocupação já reúne cerca de 200 famílias, muitas delas com crianças e gestantes, e se consolidou como símbolo da luta por moradia em uma região marcada pela especulação imobiliária e por um histórico de esvaziamento urbano.

O que diz a Prefeitura sobre a ocupação?

Durante a visita, o secretário Diego Zeidan reconheceu a legitimidade da mobilização e afirmou que o objetivo da Prefeitura é reocupar o Centro com habitação de interesse social. Segundo ele, a prioridade é ampliar o programa Minha Casa, Minha Vida na região e recuperar imóveis antigos para reduzir o déficit habitacional, que ultrapassa 400 mil moradias na Região Metropolitana, conforme dados da Fundação João Pinheiro.

“Não tenho dúvidas da capacidade desse movimento na luta por moradia. A cidade precisa enfrentar esse déficit com dignidade e inclusão”, declarou Zeidan.

Já o subprefeito Szafran destacou que não haverá despejo forçado e que a Prefeitura atuará como parceira da ocupação:

“Violência não é caminho. Essas famílias só querem o que sempre lhes foi negado: uma casa com dignidade.”

Foto: Reprodução

Quais são os próximos passos?

A deputada estadual Renata Souza, presente na reunião com as lideranças do MTST, reforçou que a permanência das famílias será mantida até que haja garantia real de moradia. Ela revelou que está em diálogo com o Município, o Ministério das Cidades, a Presidência da República e a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), cobrando articulação entre os governos para a regularização da ocupação.

“Essas famílias vivem entre o risco e a miséria, e só sairão daqui com a certeza de que terão suas casas”, afirmou Renata, que também anunciou a organização de um chá de bebê coletivo para as gestantes da ocupação.

Qual o perfil das famílias na ocupação?

A ocupação Povo Maravilha abriga famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Um dos relatos mais marcantes veio de Alice Fernanda, de 40 anos, mãe de oito filhos e avó de quatro netos, oriunda de Honório Gurgel:

“Não escolhemos morar ao lado de valões ou no meio do tiroteio. Só quero que meus filhos cresçam com dignidade e tenham acesso à educação e à segurança.”

Crianças da ocupação chegaram a recepcionar as autoridades com cartazes desenhados à mão, onde escreveram: “Essa é a nossa casa.”