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Amante de “Professor” relata ameaças de traficante antes de morte no Alemão

Mulher afirmou que “Professor” apontou arma para ela antes de atirar contra si mesmo; DHC investiga o caso

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Traficante "Professor", morto com tiro na cabeça no Complexo do Alemão. Foto: Reprodução

A amante de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, chefe do tráfico no Complexo do Alemão, relatou à polícia que foi ameaçada com uma arma antes do criminoso tirar a própria vida na noite do último domingo (1º). Segundo o depoimento prestado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o traficante estava embriagado, misturando bebidas alcoólicas com remédios controlados, e vivia um período de “depressão” após o fim do relacionamento com a mulher, com quem teve uma filha.

O que aconteceu na noite da morte do “Professor”?

A jovem contou que, por volta das 18h30, foi chamada por Fhillip para uma casa onde costumavam se encontrar, dentro da comunidade. Ele chegou em seguida, visivelmente alterado, e passou a ofendê-la verbalmente. Durante a discussão, o traficante sacou uma arma, apontou para a cintura dela e chegou a dizer: “Quer ver eu me matar por sua causa?”

Logo após a frase, ele disparou contra si mesmo, segundo o relato. A mulher saiu do local em busca de ajuda. Pouco depois, homens armados entraram na casa, questionaram se ela havia efetuado o disparo e cheiraram suas mãos para tentar detectar resquícios de pólvora. Depois, ordenaram que ela entregasse a arma à polícia com auxílio de um advogado.

A Polícia Civil segue investigando o caso, enquanto aguarda os resultados da perícia balística e de exames residuográficos que possam comprovar a versão da testemunha.

Traficante “Professor”, morto com tiro na cabeça no Complexo do Alemão. Foto: Reprodução

Quem era o traficante conhecido como “Professor”?

Com 65 anotações criminais, Fhillip Gregório era um dos principais líderes do Comando Vermelho, com ramificações no Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia. Preso em 2015 pela Polícia Federal, foi condenado a 14 anos, mas deixou o presídio em 2018 e nunca mais retornou. Desde então, operava no tráfico e aplicava táticas de milícia, como extorsão de comerciantes em áreas como Inhaúma.

Além de comandar o tráfico na Rua Canitá, no Alemão, e manter um sítio em Seropédica, o “Professor” ainda tinha conexões com criminosos em Juiz de Fora (MG). Em 2022, ele foi investigado por incitar saques em supermercados. Em 2024, novas denúncias revelaram seu esquema de corrupção com PMs, em que combinava entradas da polícia nas favelas e até pagava propina mensalmente a alguns batalhões.

Qual a linha de investigação da polícia?

A DHC não descarta nenhuma hipótese neste momento, mas trabalha com a possibilidade de suicídio, conforme o relato da ex-companheira. No entanto, a pressão da facção para esclarecer se houve ou não envolvimento de terceiros no disparo também será considerada nas investigações.