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Homem que furtou bola de Neymar no 8/1 é condenado a 17 anos
STF rejeita versão de réu que levou bola de Neymar no 8 de janeiro e o condena por seis crimes, incluindo tentativa de golpe
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Nelson Ribeiro Fonseca Junior a 17 anos de prisão por envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Durante a invasão, o réu furtou uma bola autografada por Neymar Jr. do Congresso Nacional.
A decisão foi tomada pela Primeira Turma do STF, que o considerou culpado por seis crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, furto qualificado, dano qualificado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.
Qual foi a justificativa da defesa e por que o STF rejeitou?
A defesa alegou que o acusado havia levado a bola apenas para protegê-la da depredação e tentou devolvê-la, sendo impedido pelas forças de segurança. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, classificou a justificativa como inverossímil e destacou que a participação do réu foi ativa e direta nos atos de vandalismo e saque ao patrimônio público.
O voto de Moraes foi seguido pelas ministras Cármen Lúcia e Flávio Dino. Os ministros Cristiano Zanin e Luiz Fux também acompanharam a condenação, mas sugeriram penas menores, de 15 anos e 11 anos e 6 meses, respectivamente.

Por que o furto da bola foi incluído na condenação?
O furto da bola autografada por Neymar virou símbolo da participação direta do réu nos atos criminosos e reforçou sua responsabilidade pela deterioração de bens históricos e culturais. O STF rejeitou o argumento de que o gesto teria sido um ato de proteção ao patrimônio, entendendo que ele colaborou para o desmonte simbólico das instituições democráticas.
A condenação se soma a outras penas severas já aplicadas pela Corte a envolvidos no 8 de janeiro, considerado pelo STF uma tentativa real de golpe de Estado.