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Qual o significado de tratar pets como filhos, segundo a psicologia
Entenda o que está por trás desse fenômeno que cresce no Brasil
Ao longo das últimas décadas, a relação entre pessoas e animais domésticos passou por mudanças expressivas. Uma tendência crescente é observar tutores que escolhem tratar pets como crianças, atribuindo aos bichos de estimação papel semelhante ao de membro da família, com cuidados e atenção intensificados. Esse comportamento pode ser identificado em diversas situações do cotidiano, desde a oferta de brinquedos até a inclusão do animal em celebrações familiares.
O fenômeno vai além do simples ato de alimentar ou passear com o animal. Atualmente, muitos lares brasileiros consideram seus cães e gatos não apenas como companheiros, mas como verdadeiros filhos. Entre os fatores impulsionadores dessa prática, destacam-se o afeto dedicado ao pet, a busca por companhia constante e a projeção de cuidados típicos da parentalidade.
Por que tantas pessoas estão tratando pets como crianças em 2025?
A escolha de tratar pet como criança está relacionada a transformações sociais observadas em grandes centros urbanos e cidades do interior. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que o número de lares com animais supera, em muitos casos, aqueles que têm crianças. Esse dado ajuda a explicar uma reconfiguração nos laços familiares e nos vínculos afetivos.
O crescimento de famílias menores, o adiamento da maternidade e paternidade, além do aumento no número de pessoas morando sozinhas, são elementos que contribuem para o fenômeno. Essas mudanças abrem espaço para que cães e gatos ganhem novo significado afetivo — funcionando muitas vezes como fonte de estabilidade emocional e de senso de propósito para os tutores.
Segundo especialistas em comportamento, o contato regular com pets pode auxiliar no enfrentamento da solidão, promover bem-estar psicológico e estimular o desenvolvimento do senso de responsabilidade, aspectos associados tradicionalmente à criação de filhos humanos.
Quais são as consequências de tratar pets como crianças?
A humanização dos animais de estimação traz uma série de desdobramentos tanto para a rotina dos tutores quanto para o bem-estar dos próprios pets. Entre os pontos positivos, destaca-se o fortalecimento do vínculo emocional, traduzido em companheirismo, proteção e troca afetiva intensa. Muitos tutores se sentem motivados a investir em alimentação de qualidade, em brinquedos e em cuidados com a saúde física e mental do pet.
- Necessidade de afeto: Tutores projetam nos animais a busca por vínculos genuínos.
- Companheirismo: Animais se tornam presença indispensável nos lares modernos.
- Instinto de cuidado: O desejo de zelar por outro ser é naturalmente ativado.
Contudo, especialistas alertam para a importância do equilíbrio. Exageros, como impor comportamentos humanos ao animal ou desconsiderar as necessidades específicas da espécie, podem resultar em ansiedade, alterações de comportamento e até em problemas de saúde para o pet. É essencial compreender que, apesar do vínculo estreito, cães e gatos possuem características e demandas próprias que devem ser respeitadas.

Como manter a saúde psicológica e física do pet sob cuidados parentais?
Ao optar por tratar pet como criança, torna-se fundamental adotar práticas que apoiem o bem-estar dos bichos, sem ultrapassar limites naturais da espécie. Profissionais da área recomendam medidas como:
- Fornecer alimentação adequada, específica para o animal.
- Promover atividades físicas regulares, adequadas à energia do pet.
- Estimular a mente com brinquedos próprios e interação social com outros animais.
- Evitar projeções excessivas de necessidades emocionais humanas no animal.
- Buscar orientação veterinária e comportamental sempre que necessário.
Além dessas recomendações, vale destacar a importância de compreender que o animal possui sua própria forma de expressar emoções e necessidades. Estar atento a sinais de estresse, apatia ou irritação ajuda a garantir uma convivência mais harmoniosa e saudável para ambos os lados desse relacionamento.
O que revela a tendência de humanização dos animais sobre a sociedade?
O ato de tratar pet como criança reflete mudanças profundas nas estruturas familiares e nos arranjos sociais do século XXI. À medida que as casas sem crianças se tornam mais comuns, os animais ganham protagonismo e assumem papel de membros efetivos na vida de milhões de brasileiros. Tal realidade aponta para uma sociedade em constante transformação, onde afeto, proteção e responsabilidade se manifestam de novas maneiras, adaptando velhos sentimentos e necessidades a novos contextos.
Em suma, o vínculo entre humanos e animais evolui constantemente, revelando dinâmicas sociais e emocionais que acompanham as mudanças do mundo contemporâneo. Manter o respeito às particularidades dos pets e buscar equilíbrio são atitudes essenciais nessa relação marcada pela afetividade e pelo cuidado mútuo.