Brasil
Lula ganhou de presente um herói improvável: o Pix
Sistema de pagamentos brasileiro vira alvo de disputa internacional e rende nova bandeira política ao governo
O sistema de pagamentos instantâneos Pix se tornou o centro de uma controvérsia internacional após os Estados Unidos abrirem uma investigação sobre possíveis práticas desleais ligadas ao setor financeiro brasileiro. A medida, que inclui menções ao comércio da rua 25 de Março, em São Paulo, repercutiu no cenário político nacional.
Durante participação no Jornal da Tupi, apresentado por Sidney Rezende, o comentarista político Luiz Carlos Azedo, colunista do Correio Braziliense, afirmou que a situação pode ter reflexos políticos inesperados. “O Lula ganhou um bálsamo com essa história do Pix”, disse. “Ele agora aparece como defensor de algo que é muito popular entre os brasileiros.”
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Azedo lembrou que o governo federal chegou a enfrentar críticas no início do mandato por conta de boatos sobre uma possível taxação do Pix. “Naquele momento, o Pix era motivo de desgaste. Agora, virou uma bandeira improvável”, comentou.
O comentarista considerou incomum a menção ao comércio popular brasileiro em uma disputa internacional. “É como se tivessem mirado na Saara, no Centro do Rio. Isso atinge diretamente o ambulante, o pequeno comerciante, a costureira, o salão de beleza”, disse, em referência ao impacto sobre a 25 de Março.

Meta barrada pelo Banco Central
Entre os motivos que teriam levado os Estados Unidos a tomar a medida, estão interesses de empresas como Visa, Mastercard e da Meta, controladora do WhatsApp. “A informação que eu tenho é que a Meta tentou implantar um sistema de pagamentos via WhatsApp aqui no Brasil, mas foi barrada pelo Banco Central. Quando tentaram de novo, o Pix já tinha dominado o mercado”, explicou Azedo.
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Além disso, o comentarista apontou a possibilidade de o parcelamento via Pix afetar o modelo de negócios dos cartões de crédito. “Hoje o Pix já substitui o cartão na compra à vista. Com o parcelamento, pode substituir também na compra a prazo”, observou.
Nas redes sociais, o presidente Lula reagiu à notícia com publicações em tom nacionalista. Em uma delas, escreveu: “O Pix é do Brasil e dos brasileiros”.