Rio
Castro sanciona lei que reconhece polo de samba na Zona Oeste
Espaço cultural da Zona Oeste é referência em samba e fortalece a herança negra com oficinas e rodas tradicionaisO governador Cláudio Castro sancionou, nesta quinta-feira (17), a Lei 10.889/2025, que declara o Centro de Cultura Negra Fruta do Pé, em Inhoaíba, como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Publicada no Diário Oficial, a medida valoriza a contribuição da cultura negra e das tradições do samba na Zona Oeste carioca.
Localizado na Avenida Cesário de Melo, o Fruta do Pé é conhecido por suas tradicionais rodas de samba, além de promover oficinas de capoeira, percussão e samba no pé, que envolvem diretamente a comunidade local e contribuem para a preservação da herança afro-brasileira.
Por que o Centro Fruta do Pé foi reconhecido como patrimônio?
A iniciativa foi destacada pelo governador como um ato de valorização da cultura popular e da história do samba no Rio. “Declarar um centro de referência do samba como este Patrimônio Cultural é uma forma de reafirmar o quanto reconhecemos a relevância do trabalho que aqui é desenvolvido. A população dessa região merece todo o nosso respeito e consideração”, afirmou Cláudio Castro.
O espaço já se tornou um polo cultural da cidade, atraindo frequentadores de várias regiões. Em expansão, o centro criou recentemente uma escola de música comunitária, com aulas de cavaquinho, violão, sopro, teoria musical, canto, teclado e harmonia.
Qual é a origem do Fruta do Pé e sua importância no samba carioca?
A história do projeto teve início em 2016, com uma roda de samba familiar no calçadão de Campo Grande. O nome “Fruta do Pé” foi inspirado na música “Oitava Cor”, do Fundo de Quintal, grupo referência no gênero. “Sempre admirei as metáforas das músicas deles. E aqui em casa sempre tivemos muitas árvores, então o nome fez todo sentido”, contou o idealizador Breno Batista.
Desde então, o Fruta do Pé recebeu nomes importantes da música popular brasileira, como Cleber Augusto, Zé Luiz do Império, Áurea Martins, Marcelinho Moreira e muitos outros. Além disso, o espaço realiza uma pesquisa permanente sobre a herança africana no Brasil, que já gerou o projeto audiovisual Raízes do Fruta.
Com o reconhecimento oficial, o Fruta do Pé se consolida como um dos maiores símbolos da cultura negra e popular da Zona Oeste, reforçando a importância da memória coletiva e da resistência por meio da arte.