Charles Rodrigues
Família encontra estudante que sumiu após internação psiquiátrica
Jovem de 18 anos sumiu após surto e internação no IPUB, em Botafogo
Após cinco dias de buscas intensas, a família de Guilherme Camilo Sant’Anna, de 18 anos, finalmente localizou o jovem na manhã desta terça-feira (22), no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O estudante estava desaparecido desde o dia 18 de julho, quando sumiu durante uma internação no Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), em Botafogo.
Guilherme havia sofrido um surto psicótico no último dia 11, durante um culto evangélico em uma igreja no Grajaú, Zona Norte. Ele foi encontrado com ajuda de agentes do Segurança Presente de Botafogo e socorrido por uma ambulância do SAMU. Acompanhado pelo pai, foi levado ao Centro de Emergência Regional (CER), no Complexo Municipal Souza Aguiar. Em seguida, foi transferido para o IPUB, onde ficou internado até desaparecer.
Como o jovem conseguiu sair da unidade de saúde?
De acordo com a mãe, Regina Célia Camilo Coutinho, de 36 anos, a família foi informada pela equipe médica que Guilherme teria fugido da instituição. A alta do jovem, inicialmente prevista para o dia 17, foi adiada para o dia 22 devido à falta de adesão à medicação. No entanto, após uma visita da madrinha no dia 18, ele desapareceu.

A família estranhou o sumiço, já que o IPUB possui câmeras de segurança, equipe de vigilância e catracas na entrada. Desesperados, os familiares registraram ocorrência policial e contaram com o apoio de amigos, da imprensa e de voluntários para intensificar as buscas.
Onde ele foi localizado e em que condições?
O estudante foi encontrado próximo à Rua Marques de Abrantes, com a Praia de Botafogo. Segundo relatos, ele recebeu ajuda humanitária de pessoas que atuam em ações sociais, que lhe forneceram comida e cobertores. “Foram verdadeiros anjos da madrugada. Agora, ele vai voltar para casa e retomar o tratamento”, disse a mãe, emocionada.
O que causou o surto do estudante?
Segundo a família, o surto psicótico foi um evento episódico. Guilherme tinha uma rotina considerada normal: estava em um relacionamento, cursando os estudos e aguardava convocação para o Exército. “Ele nunca tomou remédio controlado. Só percebemos mudanças três dias antes do surto, e não parecia algo grave”, relatou a mãe.
A equipe de reportagem tentou contato com a direção do IPUB, mas ainda não obteve retorno. Segundo os familiares, um dos médicos da unidade confirmou a suposta fuga no dia 19 de julho.