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Erro ou acerto? Especialista opina sobre polêmica expulsão de Léo Jardim
Comissão de arbitragem da CBF considera acerto na aplicação da regra
A polêmica expulsão do goleiro Léo Jardim no empate em 1 a 1 com o Internacional no Beira-Rio, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro, segue dando o que falar no Vasco.
A maior parte dos torcedores considera que houve erro da arbitragem. A alegação é de que o árbitro não é médico para avaliar se o goleiro estava de fato com dores e precisando de atendimento. Outro ponto é a questão do critério utilizado, já que poucas vezes um goleiro é expulso por fazer cera no Brasil.
Um pequeno volume de vascaínos achou justo o cartão vermelho, visto que Léo Jardim estava deixando, de forma proposital, o tempo passar para ganhar vantagem no fim da partida, onde o Internacional pressionava em busca do empate.
Especialista concorda com expulsão
A reportagem da Super Rádio Tupi e do tupi.fm ouviu o ex-árbitro e membro da Comissão de Arbitragem do Futebol Brasileiro, Cláudio Vinícius Cerdeira, que corroborou a decisão da arbitragem.
– Existem dois dispositivos na regra do jogo. Um deles é que o árbitro deve aplicar o cartão amarelo quando o jogador atrasa excessivamente o reinício. O Léo Jardim já havia recebido um cartão por causa disso. O árbitro tinha passado o recado que não iria tolerar a cera. O outro dispositivo diz que tentar enganar o árbitro fingindo ter sofrido uma lesão ou recebido uma falta é passível de cartão amarelo ao jogador.
– Coincidentemente, no momento que o Vasco tá fazendo algumas substituições, aliás fizeram uma confusão danada, o Léo Jardim sentou ao lado da trave, com a bola fora de jogo. Houve aquela demora toda. Quando as substituições foram feitas e o jogo seria reiniciado, o Léo Jardim permaneceu sentado encostado na trave. O árbitro saiu do meio campo e foi até ele com uma advertência forte. Na coletiva o Fernando Diniz disse que o Léo Jardim afirmou que o árbitro admitiu que poderia expulsá-lo. Mesmo com uma advertência forte o goleiro continuou caído nas mesmas condições do momento das substituições.
Cerdeira destacou que apesar de não ser médico, o árbitro tem vivência no esporte para tomar determinadas decisões.
– O parecer médico é quando existe um contato físico numa disputa, um choque corpo a corpo, uma queda, ou contra a trave, por exemplo. Essas são situações que o médico tem que dar o parecer. Agora, o primeiro contato visual do árbitro é muito importante também. Ele tem a vivência e a experiência do futebol. Aos 40 do segundo tempo, o Vasco tomando uma pressão absurda do Internacional, demora aquele tempo inteiro das substituições, será que alguém do clube não poderia ter feito o atendimento? Ele (Léo Jardim) desprezou totalmente a ação do árbitro. Não é uma marcação comum, mas o jogador extrapolou.
Comissão de arbitragem da CBF aprova cartão vermelho
A Comissão de Arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) considera que Flávio Rodrigues de Souza acertou na aplicação da regra ao expulsar o goleiro cruz-maltino. O jogador levou dois cartões amarelos num intervalo de 14 minutos por atrapalhar o início do jogo.
– A CBF deveria aproveitar essa situação para circular uma instrução, um documento aos clubes para acabar com isso. É impressionante como é ridículo essa simulação dos jogadores. O time tá pressionado, o goleiro vai e faz uma defesa difícil, ele logo se machuca. Se o árbitro for parar o jogo para entrar o médico toda vez que o jogador cai simulando contusão não vai ter partida. Os 90, 100 minutos serão reduzidos para apenas 30. Acho que serve de alerta para jogadores e treinadores em geral – avaliou Cerdeira.
Vasco repudia arbitragem
Através de nota oficial, o Vasco condenou a postura do árbitro Flavio Rodrigues de Souza.
“O Vasco da Gama repudia, com veemência, a atuação desastrosa do árbitro Flavio Rodrigues de Souza na partida deste domingo (27/07), contra o Internacional, em Porto Alegre, válida pelo Campeonato Brasileiro.
Será que é só erro ou incompetência? Quando os equívocos da arbitragem se repetem e tiram, de forma direta, quatro pontos consecutivos do Vasco da Gama, essa pergunta precisa ser respondida, com urgência, por quem comanda a arbitragem brasileira.
O Vasco da Gama tomará todas as medidas administrativas cabíveis junto à Comissão de Arbitragem da CBF e estará, já nesta segunda-feira, na sede da entidade para protocolar nova representação oficial.
O afastamento do árbitro Flavio Rodrigues de Souza deve ser imediato ou iremos continuar acumulando um histórico de decisões polêmicas e recorrentes prejuízos a clubes e ao bom andamento do campeonato. Se isso não ocorrer, mina-se a confiança de atletas, profissionais, torcedores e investidores.
O Vasco da Gama não aceitará calado. Vai cobrar explicações, mudanças e responsabilidade.
Porque futebol se decide na bola, e não no apito.”
Vegetti disparou após a partida
O atacante argentino ficou revoltado com a atuação da arbitragem e a expulsão de Léo Jardim aos 38 do segundo tempo por fazer cera.
– Acontece com todos os goleiros em todo o mundo. O que ele (árbitro) fez hoje, a gente foi roubado. A expulsão decidiu o jogo, uma loucura. Eu quero que vocês falem, porque senão fala a gente e saímos prejudicados. Trabalhamos para c… Inacreditável o que aconteceu, inacreditável. Gostaria que vocês falassem, uma loucura. Foi um roubo, c… A gente está cansado disso. Contra o Grêmio, pênalti em São Januário e não marca. Agora, expulsa o goleiro, inacreditável. Queria que vocês falassem, o que aconteceu hoje… Não tenho palavras para explicar.
Árbitro relata cera em súmula
O árbitro Flávio Rodrigues de Sousa, da Federação Paulista de Futebol, relatou na súmula a postura antidesportiva do atleta vascaíno.
“Apos ser advertido anteriormente por retardar o reinício de jogo, expulsei com segundo cartão amarelo o sr. leonardo cesar jardim n 1 da equipe do vasco da gama, por de maneira desrespeitosa retardar o reinicio de jogo da sua equipe caindo ao solo sem motivo aparente, mesmo sendo solicitado tanto por mim quanto pelo assistente n 1, negou-se a levantar. ressalto ainda que o mesmo ficou caido durante todo o procedimento de substituições, tendo tempo suficiente para ser atendido, não o fazendo.”
Ainda na súmula da partida, o juíz também aplicou cartão amarelo Ricardo Colbachin, auxiliar do técnico Fernando Diniz, por atitude contra as regras da partida.
“Foi advertido por atitude antidesportiva, desrespeitando o jogo pedindo para seus atletas cairem em campo para retardar o jogo.”

