Após 12º lugar no grid, Lewis Hamilton dispara: ‘sou inútil. Devia trocar o piloto’

“Sou inútil, simplesmente inútil.” A frase forte de Lewis Hamilton, dita após o fim da classificação do GP da Hungria de Fórmula 1, escancarou a frustração do heptacampeão mundial. Enquanto Charles Leclerc surpreendeu com uma volta espetacular e garantiu a pole position, o britânico ficou apenas em 12º lugar, repetindo uma sequência de atuações discretas nas últimas etapas.

A Ferrari apresentou ritmo competitivo já no terceiro treino livre, com Leclerc em terceiro lugar, o que se confirmou na hora decisiva. O monegasco superou até o líder do campeonato, Oscar Piastri, e o vice, Lando Norris, para conquistar sua primeira pole na temporada, a primeira da escuderia italiana em 2025.

Do outro lado, a Ferrari de Hamilton pareceu completamente desconectada. O britânico ainda avançou ao Q2, mas não conseguiu melhorar seu tempo e caiu na zona de eliminação. Inconformado, desabafou pelo rádio: “Toda vez, toda vez…”, repetindo o sentimento de frustração que já havia aparecido no GP da Bélgica, quando largou em 18º.

— Sou eu toda vez. Sou inútil, simplesmente inútil aos sábados. A equipe não tem problema, o outro carro está na pole. Eles provavelmente têm que trocar o piloto — declarou Hamilton à imprensa, visivelmente abalado.

Desempenho histórico e quebra de sequência

Historicamente, Hamilton sempre foi dominante em Hungaroring, circuito onde soma oito vitórias, o dobro de qualquer outro piloto na história da F1. Nas 19 classificações que disputou na pista húngara, jamais havia largado abaixo do sétimo lugar — exceto em 2014, quando um incêndio o tirou do Q1 e o forçou a sair dos boxes.

A performance deste sábado representa, portanto, sua pior colocação em condições normais de pista no circuito. Mais do que isso, evidencia a fase instável da Ferrari e do próprio piloto, que ainda não venceu em 2025. Lewis Hamilton faturou apenas a Sprint na China.

Leclerc, por outro lado, celebrou o retorno da Ferrari ao protagonismo. Com uma volta “milagrosa” no fim do Q3, ele arrancou a pole no último suspiro. A escuderia agora aposta em uma estratégia sólida para enfim voltar ao topo do pódio, algo que não acontece desde o GP de Mônaco em 2024.

Expectativas para a corrida de domingo

Com Leclerc largando na frente e Hamilton fora do top 10, o cenário do GP da Hungria promete fortes emoções. A pista é conhecida por dificultar ultrapassagens, o que pode comprometer a recuperação do britânico. Por outro lado, é uma chance de ouro para o monegasco consolidar sua reabilitação na temporada.

Ainda que Hamilton tenha afirmado que “nada mudou”, o domingo será mais uma prova de que, na Fórmula 1, tudo pode mudar a qualquer momento.