Esportes
Surpresas indesejáveis? Entenda declaração de ex-dirigente do Botafogo
Montenegro aponta para a possibilidade de um acordo entre as partes envolvidas
Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo, recentemente expressou preocupações e esperanças em meio a uma disputa pelo poder entre acionistas do clube. Durante uma entrevista, ele mencionou como essa situação se diferencia de outras histórias envolvendo clubes e investidores, destacando que, apesar da tensão momentânea, o Botafogo tem conseguido se manter sólido graças à liderança de John Textor. Textor é visto como a força motriz por trás da evolução do clube, tendo reformulado sua estrutura e aumentado significativamente suas receitas desde que assumiu a gestão. Enquanto Montenegro destacou a satisfação pelo progresso do Botafogo, ele também reconheceu os desafios enfrentados pelo empresário norte-americano em sua tentativa de expandir seu portfólio com a aquisição do Lyon.

O sucesso financeiro do Botafogo nos últimos anos é notável, especialmente com o aumento substancial do faturamento, que em 2024 alcançou R$ 800 milhões, com previsões de atingir até R$ 1,5 bilhão em 2025. Essa ascensão econômica se deve à venda de jogadores, renovação de patrocínios e participação em competições de renome. Textor é amplamente reconhecido pelo impacto positivo que teve no clube, tanto dentro quanto fora de campo, algo que Montenegro fez questão de enfatizar.
A situação complicada envolvendo o Lyon surge de uma série de desentendimentos e expectativas não atendidas entre Textor e várias partes na França, incluindo a televisão local e a Federação Francesa de Futebol. Esse cenário dificultou a consecução de seus planos, levando a uma certa resistência por parte dos torcedores do Lyon, diferentemente da receptividade que encontrou no Brasil com o Botafogo. Montenegro assinalou que, ao contrário dos desafios enfrentados na França, o Botafogo proporcionou a Textor um ambiente empresarial transparente, sem surpresas indesejadas.
Outro aspecto discutido foi a questão do caixa único da Eagle, uma novidade para o mercado brasileiro, mas uma prática já vista em alguns consórcios futebolísticos ao redor do mundo. Apesar de algumas críticas sobre possíveis transferências de recursos entre clubes, Montenegro defende que essa estratégia tem benefícios, permitindo ao Botafogo atingir conquistas significativas. Além disso, o ex-presidente acredita que muitos dos problemas reportados resultam de gestões financeiras equivocadas mais amplas, e não de decisões isoladas.
Montenegro também expressou confiança na capacidade de Textor em encontrar soluções para as dificuldades, mesmo em meio às disputas judiciais, e não descartou a possibilidade de colaborar caso seja necessário. Ele acredita firmemente que o futuro do Botafogo permanece promissor, graças à gestão visionária de Textor e ao potencial de novas parcerias estratégicas. Entre os interessados no clube, figura o nome de Evangelos Marinakis, proprietário de clubes como Nottingham Forest e Olympiacos, sinalizando o crescente interesse internacional pelo Botafogo.
No clima atual de incerteza, Montenegro aponta para a possibilidade de um acordo entre as partes envolvidas, uma hipótese que ele torce para que se concretize. Esse alinhamento poderia não apenas garantir a estabilidade do clube, mas também reafirmar a posição do Botafogo como um ativo altamente desejado no cenário internacional do futebol.