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Lula reage a tarifaço dos EUA e mira resposta conjunta com Brics

Presidente critica medidas unilaterais dos EUA e busca apoio da China e Índia para ação coordenada

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma ofensiva diplomática dentro do Brics para discutir uma resposta conjunta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A medida, que atinge exportações brasileiras e de outros países do bloco, foi criticada por Lula, que afirmou não haver espaço para diálogo com o presidente americano Donald Trump neste momento.

Segundo Lula, ele pretende conversar diretamente com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com o presidente da China, Xi Jinping, para discutir os impactos das taxações em cada país e buscar uma reação conjunta. O presidente lembrou que dez membros do Brics fazem parte do G20, o grupo das maiores economias globais, e defendeu uma posição alinhada diante da pressão norte-americana.

Quais são as tarifas aplicadas pelos EUA?

As novas tarifas começaram a valer nesta quarta-feira (6) e incluem uma taxação de 50% sobre parte das exportações brasileiras. No mesmo dia, Trump assinou um decreto impondo tarifa adicional de 25% sobre produtos indianos, alegando que o país continua importando petróleo da Rússia — direta ou indiretamente.

Lula classificou a ação americana como autoritária e sem abertura para negociação. “Eu estou fazendo tudo isso [negociando] quando poderia anunciar uma taxação dos produtos americanos. Não vou fazer porque não quero ter o mesmo comportamento do presidente Trump. Eu quero mostrar que quando um não quer, dois não brigam, e eu não quero brigar com os Estados Unidos”, disse.

Enquanto articula a diplomacia no exterior, Lula também movimenta o governo internamente. O Ministério da Fazenda deve enviar ao Planalto, ainda nesta quarta-feira, a proposta de medida provisória com ações de proteção às empresas brasileiras afetadas pelas tarifas. A prioridade, segundo o presidente, é encontrar novos mercados para os produtos nacionais e preservar os empregos.

Lula critica interferência dos EUA nas decisões do Brasil

Além das tarifas, Lula reagiu com veemência à tentativa de interferência dos Estados Unidos em assuntos internos, como a regulação das big techs. Segundo ele, o decreto de Trump critica a legislação brasileira sobre empresas de tecnologia, o que o presidente considerou uma intromissão inaceitável.

“Não é uma intromissão pequena, é o presidente da República dos Estados Unidos achando que pode ditar regras em um país soberano como o Brasil. Não é admissível que os Estados Unidos e nenhum país grande ou pequeno resolva dar um pitaco na nossa soberania”, afirmou Lula, deixando claro que o Brasil tem o direito de legislar conforme seus próprios interesses e valores culturais.