Esportes
Jornalista revela clima de crise política nos bastidores do Flamengo
Mauro Cezar diz que situação e oposição brigam incessantemente por poder nos bastidores, e que interior do clube vive ambiente caótico
O Flamengo atravessa um período de instabilidade política interna que tem afetado não apenas as decisões administrativas, mas também a imagem do clube. A tensão entre grupos de apoio à atual gestão e opositores se intensificou nos últimos meses, repercutindo inclusive nas reuniões do conselho deliberativo. Ao menos, é o que diz o jornalista Mauro Cezar.
Recentemente, uma convocação do conselho teve como pauta oficial a discussão sobre a concessão do Maracanã, dividida com o Fluminense. Entretanto, conforme antecipado pela imprensa, o encontro também serviu para a diretoria, liderada por Luiz Eduardo Baptista, o BAP, apresentar argumentos contrários ao projeto de construção de um novo estádio na região portuária do Rio de Janeiro — proposta idealizada durante o mandato do ex-presidente Rodolfo Landim.
A apresentação de dados que destacaram a redução de custos e o aumento de receitas com a gestão atual do Maracanã contrastou com especulações anteriores. A divulgação desses resultados expôs, de forma ainda mais nítida, o embate entre os grupos políticos do clube. A disputa interna, segundo relatos, passou a tratar avanços administrativos como conquistas de uma das alas e, não raramente, como derrotas da outra.
Esse cenário conturbado foi descrito pelo jornalista Mauro Cezar Pereira como uma “guerra fria”, marcada por vaidades, disputas por poder e constantes tentativas de desgaste público. Conforme ele apontou em programa na rádio Jovem Pan, “existe uma crise política no Flamengo. É uma ‘guerra fria’ entre oposição e situação. É o tempo todo! Tem gente que manda WhatsApp todo dia, de qualquer noticiazinha (negativa), até se alguém fizer uma crítica na imprensa… Não para! É uma coisa impressionante. É uma questão política que afeta demais o clube. Uma guerra de vaidade, uma briga pelo poder”.
Embora BAP tenha sido criticado por medidas como o preço elevado dos ingressos, posteriormente revistos, a gestão tem mostrado resultados operacionais que fortalecem a manutenção do clube no Maracanã. Em contrapartida, as disputas internas seguem intensas, mesmo após meses da última eleição.
De fato, essa divisão interna não é recente. Conforme resgatado em análises anteriores, conflitos semelhantes já eram perceptíveis desde 2020. Contudo, o que antes era latente agora se manifesta de maneira explícita, com conselheiros e dirigentes agindo de forma a fragilizar adversários políticos mesmo em temas que envolvem o bem comum do clube.
Apesar de o Flamengo seguir competitivo dentro de campo, o ambiente institucional evidencia que os desafios não se limitam ao gramado. A administração atual enfrenta não apenas exigências esportivas, mas sobretudo a necessidade de gerenciar um clube em constante ebulição política.