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A “cobra-pênis” é um animal real e único e foi redescoberto no Brasil
Essa descoberta é importante para a biologia
As cobras-pênis, conhecidas cientificamente como Atretochoana eiselti, pertencem a uma fascinante classe de anfíbios denominados cecílias. Esses seres sem membros possuem uma aparência serpentiforme, destacando-se por seus corpos anelados, repletos de características distintivas. A peculiar denominação “cobra-pênis” é uma referência direta à sua aparência única. O termo “atretos”, que significa “imperfurado”, e “choana”, que denota tubo ou funil, refletem aspectos sutis de sua morfologia. A redescoberta desses seres em 2011, no Brasil, marcou um ponto importante para a biologia, revelando segredos adormecidos dessa espécie enigmática.
A história de descoberta do Atretochoana remonta ao século XIX, quando Sir Graham Hales encontrou os primeiros exemplares durante sua expedição na floresta tropical brasileira. Tais espécimes foram enviados ao Museu de Viena, onde permaneceram até serem reexaminados tempos depois, consolidando seu próprio gênero apenas em 1996. A segunda aparição significativa ocorreu durante a construção de uma barragem hidroelétrica, onde suas particularidades ainda intrigarão cientistas, à medida que mais detalhes são descobertos.
Como a cobra-pênis respira sem pulmões?
Um dos maiores mistérios envolvendo o Atretochoana é a ausência de pulmões. Contudo, semelhante a outros anfíbios apulmonares, a respiração ocorre possivelmente através da pele. A ideia de que essa espécie utiliza a respiração cutânea não pode ser descartada, evidenciando a adaptabilidade das cecílias em ambientes aquáticos.
Suas barbatanas dorsais, por exemplo, fazem-no um excelente nadador, especialmente em regiões dos rios Amazonas e Madeira, onde habitam. Entretanto, a ciência ainda está à procura de mais explicações sobre esse incrível mecanismo respiratório.
Qual a aparência e comportamento do Atretochoana?
Fisicamente, o Atretochoana é notável pela cabeça larga e em formato de sino, narinas fechadas e boca alargada. Apesar de sua baja visão, como o próprio nome latino “cecília” indica “cego”, esses anfíbios utilizam um olfato apurado para detectar presas e encontrar abrigo ou parceiros.
Alimentam-se predominantemente de pequenos peixes, vermes e outros invertebrados aquáticos, utilizando seu sentido olfativo como principal aliado na captura de alimentos. Seu comprimento pode alcançar até um metro, considerando o tamanho do holótipo descrito por Hoogmoed e colaboradores em 2011.

Quais são os predadores da cobra-pênis?
O habitat natural das cobras-pênis geralmente inclui águas de correnteza rápida, como as encontradas nos rios da Amazônia. Não há uma lista extensa de predadores conhecidos, mas é sabido que aves locais costumam predar esses anfíbios.
Sua fragilidade e aparência inofensiva, semelhante a uma gigante minhoca, podem atrair diversos predadores. Além disso, o tráfico animal faz com que muitas espécies nativas acabem surgindo em regiões inesperadas, como foi o caso de Miami, em 2019, onde espécimes foram identificados em canais.
Como essas cecílias chegaram à América do Norte?
Em um desenvolvimento intrigante, cecílias foram capturadas no Canal Tamiami em Miami, levando especialistas a conduzirem análises de DNA que confirmaram sua identidade. Trata-se de um caso de tráfico de espécies, onde esse anfíbio exótico chegou à Flórida.
Apesar de serem conhecidos por consumirem apenas pequenos animais aquáticos e não se destacarem como predadores perigosos ou de extrema importância, sua presença destaca-se pelo potencial impacto no ecossistema local.