Rio
Hospital Pedro II adota técnicas inéditas em queimaduras
Unidade em Santa Cruz é pioneira no Rio ao aplicar os métodos Meek e Versajet, reduzindo tempo de internação de pacientes com queimaduras gravesO Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, tornou-se pioneiro no Rio de Janeiro ao adotar duas tecnologias inovadoras no tratamento de queimaduras graves: a técnica Meek, de microenxertia, e o sistema Versajet, que realiza uma limpeza mais precisa das lesões. A unidade é a primeira da capital a utilizar os métodos e a segunda do Brasil a implantar o Meek.
Com essas inovações, o hospital busca reduzir o tempo de internação, diminuir riscos de infecção e acelerar a recuperação dos pacientes, consolidando o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) como referência nacional.
Como funciona a tecnologia Versajet?
A primeira novidade é a caneta de hidrodissecção Versajet, que promove uma limpeza detalhada da área lesionada utilizando jatos de soro fisiológico sob pressão. O procedimento permite retirar tecidos danificados de forma delicada e preparar a pele para enxertos, acelerando a cicatrização e reduzindo as chances de complicações.
O método já foi aplicado em uma criança de 9 anos, vítima de acidente com álcool e fogueira, que sofreu queimaduras em 30% do corpo. O procedimento durou cerca de duas horas e foi concluído sem intercorrências.
O que é a técnica Meek?
A técnica Meek, ou microenxertia, é voltada para pacientes com queimaduras extensas. O procedimento divide pequenos fragmentos de pele, que são fixados em curativos expansíveis, aumentando em até nove vezes a área de cobertura.
Entre as principais vantagens estão:
- Maior aproveitamento da pele doadora;
- Redução da necessidade de múltiplas cirurgias;
- Aceleração da cicatrização;
- Menor risco de infecção;
- Redução do tempo de internação hospitalar.
O primeiro paciente a receber o Meek no Pedro II foi uma criança de 8 anos, internada havia três meses após um acidente doméstico. O procedimento, realizado com pele da coxa enxertada no tronco, foi considerado um sucesso pela equipe médica.
Impacto para a saúde pública no Rio
De acordo com Carolina Junqueira, chefe do CTQ, a adoção das técnicas representa um marco para a saúde pública carioca. Além de melhorar a recuperação dos pacientes, os métodos aumentam a rotatividade dos leitos e garantem mais qualidade de vida no pós-operatório.
O CTQ do Hospital Pedro II conta com 21 leitos, sendo nove de UTI, sete de enfermaria e cinco pediátricos. Somente de janeiro a julho deste ano, foram registradas 323 internações por queimaduras. Desde 2023, a unidade também utiliza a laserterapia como parte do tratamento, sendo o único CTQ da cidade equipado com aparelhos exclusivos para essa finalidade.