Rio
Voluntária transforma internações infantis em arte no Miguel Couto
Há 28 anos no voluntariado, Fátima Queiroz emociona crianças e famílias com oficinas de miçangas na pediatriaNo Dia Nacional do Voluntariado, a história de Fátima Queiroz ganha destaque. Há 28 anos atuando na rede, ela dedica parte de sua vida ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro, onde realiza um trabalho emocionante na ala pediátrica. Com miçangas coloridas, Fátima promove oficinas que transformam o ambiente hospitalar em um espaço de criatividade e acolhimento.
A proposta é simples, mas de grande impacto. As crianças internadas são convidadas a montar artesanatos que ficam com elas, servindo como lembrança e, sobretudo, como distração em meio ao tratamento. A atividade não só arranca sorrisos dos pequenos pacientes, mas também traz alívio às famílias, que encontram na arte manual um momento de respiro durante a rotina desgastante da internação.
Segundo a enfermeira chefe da pediatria, Abadir Cristina, a presença da voluntária ajuda a suavizar o impacto do afastamento do lar e da rotina. A cada quarta-feira, mães e filhos se reúnem em um momento de descontração que humaniza o ambiente e fortalece vínculos.
Benefícios das oficinas de miçangas no hospital
- Melhora do humor e aceitação do tratamento
- Redução da ansiedade e da dor
- Estímulo à criatividade infantil
- Oportunidade de aprendizado também para as mães
- Possível fonte de renda futura para as famílias
A mãe de uma das pacientes, Lucineide de Souza, contou que sua filha aguarda ansiosamente as oficinas. Para ela, o trabalho voluntário também funciona como terapia: ao se dedicar às miçangas, esquece por um tempo a preocupação com a internação.
A secretária da pediatria, Laureane Santos, reforça que a atividade estimula a imaginação e pode revelar talentos desde cedo. Já para Abadir Cristina, o aprendizado não fica restrito às crianças. Muitas mães adquirem novas habilidades que podem ser utilizadas até como fonte de renda.
A relação de Fátima com o Hospital Miguel Couto começou em 1997, quando integrava o grupo Amarelinhas, responsável por auxiliar pacientes e familiares em necessidades básicas, como transporte. Hoje, ela encontrou nas miçangas uma forma lúdica de dar continuidade à sua missão.
Com o tempo, Fátima passou a envolver também os familiares nas oficinas. Para ela, não se trata apenas de ensinar artesanato, mas de ouvir e acolher mães e responsáveis que enfrentam dias de incerteza ao lado dos filhos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, diferentes iniciativas voluntárias contribuem para a humanização nos hospitais municipais, incluindo grupos musicais, visitas com animais e terapia do riso. Para a diretora do Núcleo Saúde Voluntário da SMS-Rio, Eliane Fernandes, ampliar esse tipo de parceria é fundamental para garantir bem-estar no atendimento hospitalar.