Deputado TH Joias buscou R$ 9 milhões no Alemão para o tráfico, diz PF

O deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias, preso na quarta-feira (3), é apontado pela Polícia Federal como o braço político do Comando Vermelho (CV). A investigação revelou que ele movimentou R$ 13 milhões entre 2021 e 2023 e chegou a recolher R$ 9 milhões em espécie no Complexo do Alemão para trocar por dólares a serviço do tráfico.

As informações são da investigação da Polícia Federal, divulgadas pela GloboNews.

Segundo o inquérito, em abril de 2024, dois meses antes de assumir o mandato como suplente, TH buscou R$ 5 milhões em espécie na casa de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, chefe da facção e foragido da Justiça. O parlamentar teria recebido R$ 50 mil de comissão para trocar o montante por US$ 1 milhão, entregue aos criminosos.

Dinheiro em espécie e assessores envolvidos

Um mês depois, em maio, o mesmo esquema se repetiu: dessa vez, R$ 4 milhões foram convertidos em dólares. A PF aponta que o assessor Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, também atuava na lavagem de dinheiro e foi nomeado assessor parlamentar após a posse do deputado. Ele também foi preso.

A Justiça Federal destacou a “alta influência política” do grupo e a facilidade em usar estruturas estatais para favorecer a organização criminosa.

Movimentação financeira do casal

De acordo com a investigação, TH Joias e a esposa movimentaram mais de R$ 13 milhões em três anos. Só a conta dela recebeu transferências que variaram de R$ 440 mil a R$ 1,9 milhão, além de depósitos em espécie de R$ 50 mil, incompatíveis com a renda declarada.

Em público, TH defendia investimentos em segurança, mas nos bastidores, segundo a PF, alertava traficantes sobre operações policiais.