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EUA prometem medidas contra Brasil após condenação de Bolsonaro
Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que Washington anunciará "ações" nos próximos dias
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta segunda-feira (15/9), em entrevista à Fox News, que os EUA vão anunciar nos próximos dias, medidas ao Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Rubio classificou os ministros do STF como “juízes ativistas” e disse que eles perseguiram Bolsonaro, além de tentar impor medidas “extraterritoriais” contra cidadãos americanos.
A Primeira Turma da Corte decidiu, na última quinta-feira (11/9), pela condenação de Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado e mais quatro crimes contra a democracia. O ex-presidente recebeu pena de 27 anos e três meses de prisão e cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Além de Bolsonaro, foram condenados pelo STF o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do GSI Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que colaborou com as investigações; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto.
Medidas
“Haverá uma resposta dos EUA a isso (condenação de Bolsonaro), e teremos alguns anúncios na próxima semana sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar”, afirmou Rubio. Na semana passado, o senador republicano já havia prometido reagir ao que chamou de “caça às bruxas”.
Donald Trump afirmou estar “muito insatisfeito” com a condenação e comparou o caso com os processos que ele mesmo enfrenta nos EUA. “Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram. Só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem”, disse.
O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, classificou a relação entre os dois países como “ponto mais sombrio em dois séculos”. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os EUA estão dispostos a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo.
Em julho, Trump elevou em 50% os impostos sobre produtos brasileiros importados pelo país norte-americano e anunciou uma investigação comercial contra o Brasil, acusando-o de práticas desleais de mercado e superávit comercial.