Batata-doce tem DNA três vezes mais completo que o humano, revelam cientistas - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Entretenimento

Batata-doce tem DNA três vezes mais completo que o humano, revelam cientistas

Estudo revela por que a batata doce é tão forte contra pragas e seca

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Batata-doce tem DNA três vezes mais completo que o humano, revelam cientistas
Batata doce esconde estrutura genética tão complexa que surpreendeu cientistas

A batata-doce, frequentemente reconhecida pela sua simplicidade como alimento, foi revelada como uma das culturas agrícolas geneticamente mais complexas. Um grupo de pesquisadores decifrou recentemente o genoma completo dessa planta, revelando que ela é um híbrido intrigante com seis conjuntos completos de cromossomas, totalizando três vezes mais do que os humanos. Essa descoberta, destacada em um estudo publicado na Nature Plants, destacou a complexidade genética da batata-doce, que se tornou um desafio para os cientistas melhorarem a planta por meio de cruzamentos ou engenharia genética.

Ao contrário de outras culturas, como o trigo, onde as contribuições genéticas ancestrais estão organizadas de forma mais clara, o genoma da batata-doce é descrito como um mosaico entrelaçado. Isso significa que as suas características genéticas não estão distribuídas em seções distintas, tornando o seu estudo ainda mais desafiador. A batata-doce, devido à sua grande resiliência, necessita de poucos pesticidas e é altamente eficiente na produção de calorias por hectare, reforçando a importância de sua compreensão genética.

Como foi desvendado o DNA da batata-doce?

Para desvendar a complexidade genética, a equipe da Universidade de Cornell utilizou técnicas avançadas de sequenciamento de ADN na variedade conhecida como Tanzania. Essa variedade é notável por sua elevada produtividade e resistência a doenças.

Os cientistas conseguiram separar os 90 cromossomas da planta em seis conjuntos distintos, chamados haplótipos, oferecendo um nível de detalhe sem precedentes sobre a estrutura genética da batata-doce.

Por que a batata-doce é tão resiliente?

O estudo revelou que a batata-doce é um alopoliploide segmentar, o que significa que ela é um híbrido derivado de várias espécies ancestrais. Essa configuração genética fornece várias cópias de genes essenciais, o que se conhece como amortecimento poliplóide.

Essas cópias adicionais de genes são fundamentais para a sua notável resiliência, habilitando a planta a suportar condições adversas como seca, pragas e a adaptar-se a diferentes ambientes.

Batata-doce tem DNA três vezes mais completo que o humano, revelam cientistas
Batata doce tem gene triplo e isso explica por que ela resiste tanto (Créditos: depositphotos.com / AtlasStudio)

Quais são as futuras implicações da descoberta sobre o DNA da batata-doce?

Com o mapa genético agora disponível, os cientistas antecipam a identificação de genes ligados ao rendimento, valor nutricional e resistência a doenças da batata-doce. Esta capacidade abre caminho para melhorias significativas na planta.

Além disso, as metodologias desenvolvidas a partir deste estudo poderão ser aplicadas a outras culturas complexas, como trigo, algodão e bananas, prometendo impulsionar avanços agrícolas significativos em escala global.

Quais seriam os próximos passos na pesquisa genética de plantas?

Com a compreensão ampliada sobre o genoma da batata-doce, os esforços futuros poderão concentrar-se em utilizar essas informações genéticas para aprimorar a produtividade e a resistência das culturas alimentares. Essa abordagem pode envolver tanto a identificação de novas variedades que possam ser cruzadas para aumentar as características desejáveis quanto a aplicação de técnicas de engenharia genética para introduzir melhorias diretamente no DNA das plantas.

Esse avanço representa uma promessa para o desenvolvimento agrícola sustentável e pode ajudar a enfrentar desafios globais como a segurança alimentar e a adaptação às mudanças climáticas. O estudo da batata-doce, portanto, não é apenas uma vitória científica, mas também um passo importante na direção de um futuro agrícola mais robusto e resiliente.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *