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Atleta choca fãs ao revelar vício e uso de cocaína em medalha olímpica
Bradley Wiggins é considerado um dos maiores nomes do ciclismo britânico
Bradley Wiggins revela vício em cocaína e surpreende o mundo do esporte com uma das confissões mais fortes de sua carreira. O ex-ciclista britânico, campeão do Tour de France e dono de oito medalhas olímpicas, admitiu ter cheirado cocaína em sua medalha de ouro conquistada nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O relato faz parte de sua autobiografia, intitulada “The Chain” (“A Corrente”, em tradução livre), que será lançada no dia 23 de outubro.
“Cheirei cocaína da minha medalha de ouro olímpica”
Em entrevista ao jornal The Times, Wiggins, de 45 anos, descreveu o episódio como um dos momentos mais sombrios de sua vida.
— Cheirei cocaína da minha medalha de ouro olímpica. Foi o equivalente a cagar no túmulo de alguém, e naquele momento, eu estava fazendo isso comigo mesmo. A medalha de ouro, o Tour de France… tudo estava morto para mim, relatou o ex-atleta, em tom de arrependimento.
O britânico explicou que o sucesso repentino e a pressão o levaram a um estado de autodestruição. Mesmo sendo uma das maiores lendas do ciclismo mundial, o vazio emocional o fez buscar refúgio em drogas e isolamento.
O auge e a queda do campeão
Bradley Wiggins é considerado um dos maiores nomes do ciclismo britânico. Entre Sydney 2000 e Rio 2016, conquistou cinco medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze, além de ter sido o primeiro britânico a vencer o Tour de France, em 2012. Após a aposentadoria, no entanto, sua vida tomou um rumo completamente diferente. O ex-ciclista revelou que passou a consumir cocaína com frequência, mergulhando em um ciclo de vício e autodesprezo.
Tratamento e busca por recomeço
Atualmente, Wiggins está em tratamento há cerca de um ano, tentando se recuperar da dependência química. Ele afirma que o processo de escrita da autobiografia foi essencial para enfrentar seus traumas e entender as causas de seu comportamento autodestrutivo.
— A cocaína me fez esquecer por um tempo, mas também me afastou de tudo o que eu amava, declarou o ex-atleta.
Revelações impactantes na autobiografia
Além do vício, “The Chain” traz revelações profundas sobre a vida de Wiggins. O ciclista conta que foi abusado sexualmente por um treinador aos 13 anos, trauma que marcou sua juventude. O livro também aborda a falência financeira do ex-campeão e as acusações de doping que envolveram sua antiga equipe, a Team Sky, na época em que liderava o pelotão europeu.
Do silêncio à conscientização
Hoje, o ex-ciclista diz que sua intenção ao expor essas experiências é ajudar outros atletas que enfrentam problemas semelhantes.
— Falar sobre isso é doloroso, mas necessário. O esporte precisa parar de esconder a saúde mental e o vício sob o tapete. Somos humanos antes de sermos campeões, destacou Wiggins.
Um alerta sobre os bastidores do sucesso
A história de Bradley Wiggins serve como um alerta sobre os efeitos da pressão e do estrelato. Sua trajetória mostra que, por trás das glórias e das medalhas, muitos atletas lidam com batalhas invisíveis.
O ex-campeão busca agora transformar sua dor em aprendizado e reconstruir sua vida longe das drogas, com o mesmo espírito de superação que o levou ao topo do ciclismo mundial.