"Era um tema esperado", diz professora sobre redação do Enem
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“Era um tema esperado”, diz professora sobre redação do Enem

O tema da redação do Enem deste ano foi "Perspectivas acerca do envelhecimento da sociedade brasileira"

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"Era um tema esperado", diz professora sobre redação do Enem. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um dos momentos mais aguardados pelos estudantes que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a descoberta do tema da redação. Neste ano, o tema escolhido foi “Perspectivas acerca do envelhecimento da sociedade brasileira”. Por ser um tema que fala de demandas atuais, professores destacam que era esperado. 

Professora de língua portuguesa e redação do Bernoulli Educação, Sidnéia Azevedo ressaltou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), autarquia responsável pelo Enem, sempre trabalha com temas relacionados a minorias. “Hoje temos empresas de turismo especializadas em idosos, programas de farmácia que visam beneficiar idosos, etc. Sabemos o quanto é importante medidas para minimizar os problemas que afetam essa população”, afirmou a professora. “O tema foi sim trabalhado por nós em sala de aula. Foi discutido, analisado e foi uma das indicações para que os estudantes lessem e buscassem informações”, completou.

Sidnéia destacou ainda que há vários ganchos para escrever sobre o tema. “Primeiro, o etarismo, preconceito etário. A expectativa de vida do brasileiro é de 87 anos. A longevidade está aí. É preciso viver mais e com qualidade. É preciso criar medidas e mecanismos capazes de dar qualidade de vida a esse grupo”, detalhou. “O problema também pode ser pensado para além do etarismo. O segundo problema é o abandono. É preciso que a família abrace esse idoso como alguém que ainda produz, que enriquece o convívio em família e em sociedade”, acrescentou.

Coordenador de Linguagens e professor de Redação do Bernoulli Educação, Marcus Barcelos  lembrou que, em edições recentes do Enem, os temas foram povos tradicionais, herança africana, invisibilidade do trabalho de cuidado, que é exercido majoritariamente por mulheres. “Nesse contexto, não houve surpresa ou mudança substancial quanto ao encaminhamento temático que já se tornou tradicional na prova, a marginalização de segmentos vulneráveis da população brasileira”, frisou.

“O tema está em plena consonância com as últimas divulgações de informes do IBGE, segundo as quais aponta-se para a ocorrência de uma ‘onda prateada’ entre a população brasileira, o que constitui uma alusão aos cabelos grisalhos que, ao modo de uma metonímia, representam os idosos”, analisou o professor Marcus. “Diante desse cenário, é pertinente que a escrita dos estudantes percorra tópicos relacionados que discorram sobre os desafios de saúde física e mental para o bem-estar dos idosos, além, é claro, da conhecida estigmatização da velhice, o etarismo”, complementou.

O professor Marcus disse que é importante o estudante se atentar ao termo “perspectivas”. “Isso tanto pode remeter à noção de solução para os problemas sociais conexos ao envelhecimento populacional quanto à própria ideia de um panorama ou horizonte de questões sociais que precisem ser tomadas em consideração para problematizar a velhice no Brasil”, concluiu.

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