Botafogo
Botafogo Social processa Eagle e pede R$155 milhões
Ação no TJRJ exige ressarcimento, intervenção judicial e bloqueio de vendas na SAF alvinegra
O Botafogo Social processa Eagle e abriu uma nova frente na disputa que abala o futuro da SAF do clube. Nesta terça-feira (25/11), o Alvinegro entrou com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro exigindo o ressarcimento de R$ 155,4 milhões, equivalente a 10% do passivo declarado pela SAF, além da nomeação de um interventor judicial para administrar temporariamente a empresa.
A medida também solicita que a Justiça proíba a venda de ativos, especialmente jogadores, até que a situação financeira e administrativa seja esclarecida. O pedido inclui ainda o bloqueio da distribuição de dividendos para a Eagle Football Holdings enquanto não houver um plano concreto de regularização do passivo.
Conflito entre Eagle e Textor se agrava
De acordo com a ação, a disputa entre John Textor e a Eagle Football apresenta indícios de “gestão temerária e irresponsável”, sem que o clube associativo — detentor de 10% da SAF — tenha qualquer participação nos prejuízos. A defesa argumenta que as acusações mútuas sobre desvio de recursos e dívidas geram um cenário de possível insolvência ou iliquidez, o que ameaça o funcionamento da SAF.
O advogado Leonardo Antonelli classificou o momento como “uma hemorragia que precisa ser estancada”. Ele pede que a Eagle apresente em juízo uma garantia mínima de R$ 155 milhões, valor correspondente aos 10% que caberiam ao Botafogo caso sejam comprovados os supostos desvios atribuídos à gestão de Textor no Brasil.
Posicionamento do presidente do clube
O presidente do Botafogo, João Paulo Magalhães Lins, adotou tom conciliador, reforçando que a torcida reconhece a importância de Textor no processo de reconstrução do clube. Mesmo assim, afirmou que o objetivo principal é garantir o cumprimento integral do acordo de acionistas, preservando o patrimônio e a segurança financeira do Botafogo.
Segundo ele, a ação judicial não busca confronto, mas sim segurança jurídica para que o clube associativo não seja penalizado pelos conflitos internos entre os controladores da SAF.
Impactos e próximos passos no TJRJ
A ação foi distribuída à 23ª Câmara do Direito Privado do TJRJ, onde aguarda análise do desembargador relator Marcelo Marinho. A decisão poderá ter impacto imediato na administração da SAF, podendo limitar movimentações financeiras e negociações de mercado.
Além disso, a iniciativa do Botafogo Social aumenta a pressão sobre Textor e Eagle, que vivem uma guerra pública por controle, responsabilidade e credibilidade na gestão alvinegra.