Brasil
Criança de 6 anos morre após dose intravenosa de adrenalina
Pais afirmam que prescrição indicava quantidade muito superior ao recomendado para a idadeUm menino de 6 anos morreu após receber uma dose de adrenalina aplicada por via intravenosa em um hospital particular de Manaus. Os pais alegam que a prescrição indicava quantidade incorreta e letal e registraram boletim de ocorrência para investigar o caso.
Segundo o pai, Bruno Freitas, o garoto foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. A médica responsável prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, totalizando 9 miligramas, volume que especialistas consideram até 15 vezes superior ao indicado para a faixa etária da criança.
Como o quadro clínico evoluiu após a aplicação?
A família questionou uma técnica de enfermagem sobre a via intravenosa, mas ouviu que o procedimento estava na prescrição. Logo após a primeira dose, o menino apresentou piora súbita, com palidez, mudança de coloração no rosto e dor intensa. Ele foi levado à sala vermelha, onde a oxigenação caiu para cerca de 75%.
Uma segunda médica assumiu o monitoramento cardíaco e a criança foi transferida para a UTI. No local, sofreu seis paradas cardíacas diante dos pais.
O que relataram os pais sobre o atendimento?
O pai afirmou que o menino chegou a cuspir sangue e que a equipe tentou reanimá-lo por várias vezes. A morte foi confirmada às 2h55 de domingo. Segundo ele, a médica reconheceu falhas, mas atribuiu erros ao sistema e à enfermagem, embora a dosagem estivesse registrada na prescrição.
Os pais foram ouvidos no 24º Distrito Integrado de Polícia, onde pediram que o caso seja investigado e destacaram o desejo de evitar que outras famílias enfrentem situação semelhante.
O que diz o hospital sobre a ocorrência?
Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que realizará uma análise técnica detalhada de todas as etapas do atendimento. A apuração ficará a cargo da Comissão de Óbito e Segurança do Paciente.