Profissionais de saúde alertam para riscos do uso de canetas emagrecedoras - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Saúde

Profissionais de saúde alertam para riscos do uso de canetas emagrecedoras

Anvisa reforça proibição de canetas sem registro e especialistas alertam para riscos físicos e emocionais do uso indiscriminado.

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Foto: Divulgação

As chamadas canetas emagrecedoras, medicamentos injetáveis usados para perda de peso, têm ganhado grande destaque por conta da alta eficácia na redução rápida de gordura corporal. Porém, o uso desenfreado e a oferta irregular desses produtos têm acendido o alerta entre profissionais de saúde e autoridades sanitárias.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, comercialização, importação, propaganda e uso de diversas marcas de canetas emagrecedoras sem registro no país. A decisão foi motivada pela comprovação de venda e divulgação irregulares, principalmente pela internet. Apesar disso, algumas medicações aprovadas continuam disponíveis, como a semaglutida, conhecida comercialmente como Ozempic.

O endocrinologista João Branco explicou que muitas canetas proibidas chegam a utilizar princípios ativos semelhantes aos aprovados pela Anvisa, mas sem qualquer garantia de conservação ou eficácia.
Segundo ele, essas versões não regulamentadas costumam ser importadas sem controle de temperatura, comprometendo totalmente o princípio ativo.

Branco destaca que os medicamentos do tipo GLP-1, indicados principalmente para o controle de glicose em pessoas com diabetes tipo 2, também podem auxiliar no tratamento da obesidade. Eles atuam reduzindo a resistência à insulina, diminuindo inflamações sistêmicas e beneficiando o metabolismo como um todo. No entanto, reforça que o acompanhamento médico é indispensável.

Entre os efeitos adversos mais comuns estão náuseas, vômitos, dor de cabeça, reações alérgicas, emagrecimento excessivo, queda de cabelo e perda de massa muscular — condição conhecida como sarcopenia. O risco é ainda maior quando o medicamento é usado sem orientação, já que a redução drástica do apetite pode levar a deficiências nutricionais severas.

Além disso, especialistas chamam atenção para o impacto das canetas em pessoas com transtornos alimentares. A psicóloga e diretora da Clínica Cres-cer, Jaqueline Campos, explica que o uso indiscriminado pode reforçar comportamentos obsessivos relacionados à alimentação e ao corpo, como compulsão, restrição extrema e distorções de autoimagem. Segundo ela, o acesso facilitado aos medicamentos tende a agravar quadros já existentes.

Campos também alerta para pensamentos disfuncionais induzidos pelo uso inadequado, como a ideia de que a medicação pode “compensar” excessos alimentares, o que contribui para a cronificação do transtorno.

As autoridades de saúde reforçam que a prescrição dessas substâncias deve ser acompanhada por médico, nutricionista e, quando necessário, apoio psicológico ou psiquiátrico. A obesidade, lembram os especialistas, é uma doença crônica e multifatorial — e as canetas são apenas uma das ferramentas disponíveis no tratamento.

No Brasil, todos os medicamentos do tipo GLP-1 exigem prescrição médica com retenção da receita.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *