Teresa Cristina apresenta show especial em homenagem a Paulinho da Viola

A cantora e compositora Teresa Cristina volta aos palcos do Rio de Janeiro neste sábado (29) e domingo (30) com o espetáculo ‘Paulinho 80+20’, que encerra a edição 2025 do Festival Palco Brasil. Os shows acontecem no Teatro Nelson Freitas, no Centro da cidade, onde o festival realizou toda a sua programação neste mês de novembro. “Eu tô muito feliz de voltar ao Palco Brasil, ainda mais com a chance de revisitar um show que eu adoro fazer”, afirma.

O espetáculo nasceu em 2022, quando Paulinho da Viola comemorava 80 anos e Teresa celebrava os 20 anos do primeiro álbum em homenagem ao Paulinho. “’Paulinho 80+20’ nasceu porque ele comemorava 80 anos e eu comemorava 20 do meu primeiro álbum cantando suas músicas”, relembra.

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Um repertório íntimo, renovado e cheio de surpresas

Para esta nova apresentação, Teresa decidiu montar um repertório especial, com canções que nunca havia levado para o estúdio nem para o palco. “Esse espetáculo traz músicas que eu nunca tinha gravado nem cantado. É novo até pra mim”, explica. Entre elas, estão ‘Sem ela eu não vou’, ‘Brancas e Pretas’ e ‘Sinal Fechado’, uma das obras mais emblemáticas de Paulinho.

Essa, inclusive, ela só se sentiu pronta para interpretar agora. “’Sinal Fechado’ eu não gravei antes porque achei que não tinha maturidade para cantar”, conta. A seleção das faixas seguiu um critério muito pessoal: “O show é quase como escolher as minhas prediletas do momento, canções que eu amo, mas que nunca tive a chance de levar ao palco”.

Ela destaca ainda ‘Brancas e Pretas’ como uma das músicas que mais a emociona. “É um Paulinho cronista, falando de política com elegância. Eu acho incrível essa música.”

A presença constante de Paulinho em sua trajetória

Teresa Cristina não esconde o tamanho da influência de Paulinho da Viola em sua formação artística. Mesmo quando não está planejado, ele aparece, nas escolhas, no repertório, no modo como pensa o samba. “Paulinho é um artista com quem eu dialogo o tempo inteiro, queira eu ou não”, afirma.

O impacto é tão profundo que ela considera sua obra inseparável da dele. “O repertório dele está sempre presente na minha vida. É afeto, é influência, é formação”, diz. Para Teresa, Paulinho reúne todas as camadas que fazem um artista se tornar eterno: “É compositor, intérprete, cronista do Brasil. Um artista muito diferenciado”.

O samba-enredo sobre Lula e a força de uma história brasileira

Fora do contexto do festival, mas dentro da atual maré cultural e política, Teresa Cristina também celebra outro momento importante da carreira, ela é uma das compositoras do samba-enredo “Do Alto do Mulungu Surge a Esperança: Lula, o Operário do Brasil”, da Acadêmicos de Niterói.

O convite veio da parceria de André Diniz, Fred Camacho, Arlindinho e outros nomes envolvidos no projeto. A artista abraçou a ideia imediatamente. “É a primeira vez que vejo a avenida cantar a história de um presidente que não é militar”, destaca.

Segundo ela, contar a trajetória de Lula na Sapucaí é também registrar um capítulo do país. “A história dele é uma história boa de cantar. Como é que essa criança que sai de Garanhuns, chega a São Paulo e se torna um líder político conhecido no mundo inteiro?”, questiona.

Teresa não economiza quando fala da importância do personagem homenageado. “Eu acho que o Lula é o maior estadista que o Brasil já criou”, afirma. Para ela, a força do samba está na verdade contada em cada verso. “Nesse samba só tem verdade.”

Com duas datas seguidas no Festival Palco Brasil e a expectativa para o Carnaval de 2026, Teresa Cristina encerra 2025 revisitando suas raízes, reafirmando suas influências e marcando presença na história da música popular brasileira.