Rio
Vítimas de ataque no Cefet-RJ são sepultadas sob comoção no Rio
Cerimônias ocorreram na Zona Oeste e na Zona Sul dois dias após o ataque no campus
As duas servidoras do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) mortas em um ataque a tiros dentro do campus Maracanã foram sepultadas neste domingo (30), no Rio de Janeiro. As cerimônias ocorreram dois dias após o servidor João Antônio Miranda Tello Gonçalves, de 47 anos, invadir o prédio armado e matar a professora Allane de Souza Pedrotti Matos e a psicóloga Layse Costa Pinheiro antes de tirar a própria vida.
Amigos, familiares e integrantes da comunidade acadêmica compareceram em grande número aos velórios, marcados por forte emoção e pedidos por esclarecimentos sobre o retorno do autor do ataque às atividades no Cefet-RJ.
Allane Pedrotti, chefe da Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino (Diace), foi velada e enterrada no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste.
Na Zona Sul, o corpo da psicóloga Layse Pinheiro foi velado na capela Real Grandeza, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. O sepultamento teve atraso devido ao grande número de pessoas que foram prestar homenagens.
O que se sabe sobre o ataque no Cefet-RJ?
O crime ocorreu na tarde de sexta-feira (28). De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), João Antônio entrou armado no prédio do campus Maracanã, dirigiu-se ao setor em que as duas servidoras trabalhavam e efetuou os disparos. Ele estava afastado havia cerca de 60 dias por tratamento de saúde mental e havia retornado recentemente às atividades.
Segundo relatos de testemunhas e da Polícia Militar, o servidor não aceitava ser subordinado à professora Allane, o que teria provocado desentendimentos anteriores.

A Polícia Civil apura como o servidor conseguiu acessar o campus com a arma utilizada no ataque e a origem do armamento. A DHC também investiga o procedimento de retorno dele ao trabalho e eventuais falhas no processo.
O Cefet-RJ decretou luto oficial de cinco dias e suspendeu todas as atividades acadêmicas e administrativas no campus Maracanã até 5 de dezembro. Em nota, a direção lamentou as mortes e informou que oferece apoio às famílias das vítimas. Outras instituições, como o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), manifestaram solidariedade e ressaltaram o impacto da violência no ambiente educacional.