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Palavras esquecidas do português que quase ninguém usa em 2025

Palavras do português que caíram no esquecimento

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Palavras esquecidas do português que quase ninguém usa em 2025
A língua portuguesa muda constantemente conforme os hábitos de comunicação da sociedade

Em pleno 2025, o português continua mudando em ritmo acelerado, puxado pela internet, pelas redes sociais e pelos novos hábitos de comunicação. Nesse cenário em constante transformação, muitas palavras que já foram corriqueiras ficaram esquecidas no vocabulário ativo, sobrevivendo apenas em dicionários, textos antigos, discursos formais ou em situações muito específicas.

O que são palavras esquecidas no português atual?

Palavras esquecidas são termos que ainda constam em gramáticas e dicionários, mas raramente aparecem em conversas, manchetes ou mensagens do dia a dia. Em muitos casos, o falante reconhece que “já ouviu em algum lugar”, mas não saberia explicar com clareza o significado.

Esse esquecimento não torna o termo “errado” ou “proibido”: trata-se de um fenômeno de obsolescência lexical, em que a palavra perde espaço para sinônimos mais simples ou gírias recentes. Ainda assim, permanece disponível para ser resgatada em contextos literários, humorísticos, regionais ou técnicos.

Por que tantas palavras caem no esquecimento?

O desaparecimento de certas palavras do uso diário costuma estar ligado a um conjunto de fatores simultâneos. Mudanças tecnológicas substituem objetos e práticas, levando embora os nomes que os designavam, enquanto a cultura digital encurta mensagens e populariza abreviações.

Também pesam influências culturais e sociais: expressões ligadas a estereótipos, papéis de gênero ou visões de mundo ultrapassadas tendem a ser abandonadas. Muitos regionalismos perdem força à medida que a comunicação se nacionaliza, e o vocabulário se torna mais uniforme.

Quais são alguns motivos que explicam a perda de uso dessas palavras?

Alguns fatores aparecem com frequência quando se analisa por que determinados vocábulos deixaram de circular. A lista a seguir sintetiza as principais razões que empurram muitas palavras para a zona do quase esquecimento.

  • Mudança de hábitos: costumes antigos desaparecem, levando junto o vocabulário relacionado.
  • Avanço tecnológico: objetos substituídos por novas tecnologias tornam seus nomes pouco necessários.
  • Modernização da linguagem: preferência por termos mais curtos, diretos e próximos da fala jovem.
  • Influência estrangeira: palavras em inglês e de outros idiomas ocupam funções antes de termos nativos.
  • Perda de regionalismos: expressões locais cedem espaço a formas mais padronizadas na mídia e nas redes.
9 palavras antigas do português que sumiram do nosso vocabulário
Palavras antigas do português que sobreviveram só nos dicionários – Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina

Quais são algumas palavras esquecidas do português e o que elas significam?

Entre as muitas palavras antigas do português que quase não aparecem na fala cotidiana, algumas chamam atenção pelos significados curiosos e pelo som diferente. Elas imediatamente remetem a outra época e ajudam a entender modos de vida e costumes que já não são tão comuns.

A seguir, são apresentadas nove delas, com explicações simples, exemplos e contextos em que ainda podem surgir. Esses vocábulos mostram como o idioma guarda marcas de outras gerações, mesmo quando deixam de circular amplamente.

PalavraClasse gramaticalSignificado principalExemplo em contextoSinônimos atuais mais comunsOnde ainda aparece
absterge (absterger)VerboLimpar, purificar, remover impurezas materiais ou simbólicas.“A água da chuva absterge as ruas empoeiradas da cidade.”limpa, purifica, higienizaTextos literários, religiosos, médicos ou jurídicos de tom solene.
cacarecoSubstantivoObjeto velho, quebrado ou sem utilidade; tralha.“No fim de semana, resolvi jogar fora todos os cacarecos do porão.”bugiganga, tralha, quinquilhariaFalas regionais, crônicas de memória, textos humorísticos.
carraspanaSubstantivoEstado de embriaguez forte; porre.“Depois da festa, ele chegou em casa com uma carraspana daquelas.”porre, bebedeira, ressaca (em certos usos)Conversas de gerações mais velhas, literatura, roteiros de época.
convescoteSubstantivoPiquenique ou reunião ao ar livre, geralmente em clima familiar ou amistoso.“A família marcou um convescote no gramado do antigo casarão.”piquenique, passeio, encontroTextos históricos, literatura, discursos que imitam estilo do século XIX–XX.
dondocaSubstantivoMulher rica e fútil, vista como ociosa e excessivamente vaidosa (tom pejorativo).“A personagem era retratada como uma dondoca alheia aos problemas do mundo.”patricinha (em certos contextos), socialite (com outro tom)Telenovelas antigas, crônicas de costumes, obras que refletem estereótipos de época.
eflúvioSubstantivoExalação suave; aroma ou cheiro sutil, muitas vezes com tom poético.“Um eflúvio de jasmim tomava o jardim ao anoitecer.”aroma, perfume, cheiro suavePoesia, prosa literária descritiva, textos que buscam linguagem refinada.
esculápioSubstantivoMédico, geralmente com nuance irônica, cerimoniosa ou rebuscada.“Os esculápios da corte discutiam o tratamento mais adequado ao doente.”doutor, médicoObras do século XIX e início do XX, textos humorísticos, discursos jocosos.
fuzarcaSubstantivoBagunça, festa barulhenta ou confusão animada.“Os vizinhos reclamaram da fuzarca que varou a madrugada.”farra, festa, balbúrdia, balada (em sentidos próximos)Canções antigas, crônicas de lembranças, roteiros humorísticos.
gorarVerboFalhar, não se concretizar, sair diferente do esperado; também, ovo que não vinga.“O projeto gorou por falta de verba e organização.”fracassar, dar errado, não rolar, furarLinguagem rural (no sentido de ovos), textos literários, fala de gerações mais velhas.

Onde essas palavras esquecidas ainda aparecem hoje?

Apesar de raras na conversa diária, essas palavras esquecidas do português ainda têm espaço em diferentes contextos. Na literatura, ajudam a recriar épocas, marcar a fala de personagens específicos ou enriquecer descrições com um tom mais elaborado.

Elas também surgem em textos regionais, discursos irônicos, produções audiovisuais de época e estudos linguísticos que registram termos em desuso. Funcionam como pequenas janelas para outros modos de falar e viver, preservando memórias do idioma enquanto ele se adapta ao presente.

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