Botafogo
Lyon expõe suspeita bomba e investiga “transferências fantasmas” de Textor
Clube francês apura negócios envolvendo jogadores do Botafogo que jamais atuaram pelo OL.
O Lyon investiga transferências fantasmas supostamente realizadas por John Textor envolvendo jogadores que passaram pelo Botafogo, mas nunca atuaram pelo clube francês. A apuração, divulgada pelo jornal francês L’Équipe, surpreendeu a nova diretoria, que identificou operações milionárias que não se concretizaram dentro de campo.
Segundo a publicação, os atletas Igor Jesus, Luiz Henrique, Jair Cunha e Savarino foram adquiridos pelo Lyon, mas nenhum deles foi registrado ou vestiu a camisa do clube. Para ampliar as suspeitas, a transferência de Thiago Almada, que jogou no Lyon no primeiro semestre após deixar o Botafogo, também entrou no radar. Apesar de diferentes contextos, todos os casos têm um ponto em comum: o aval direto de Textor.
Negócios geraram dívida milionária
De acordo com o jornal, Textor teria autorizado compras de direitos econômicos desses jogadores, criando uma dívida estimada em 120 milhões de euros para o Lyon. Para viabilizar o caixa imediato, parte das operações teria sido feita via mecanismo de factoring, no qual receitas futuras são antecipadas por empresas financeiras.
Como resultado, embora quase 100 milhões de euros tenham entrado no clube francês, Lyon passou a arcar com o pagamento dos valores acrescidos de juros. E pior: nenhum desses atletas foi sequer inscrito na Liga Francesa.
Botafogo nega irregularidades
O Botafogo, por sua vez, garante que não houve “transferências fantasmas”. Internamente, a SAF afirma que os contratos foram formalizados corretamente e que os registros não avançaram no Lyon por razões administrativas internas do clube francês. A diretoria destaca ainda que todas as operações constam em documentos oficiais, como o DNCG e o balanço financeiro do próprio Lyon.
Apesar disso, a nova direção do clube francês questiona se os direitos adquiridos realmente se converteram em ativos reais. Segundo L’Équipe, pessoas próximas a Textor afirmam que parte dos valores antecipados teria sido usada para auxiliar financeiramente o próprio Lyon em um momento crítico.
Auditoria interna e possível ressarcimento
Para esclarecer definitivamente o caso, o Lyon nomeou Stephen Welch, executivo especialista em auditorias, para revisar todos os contratos e identificar o que deve ser ressarcido, por quem e se houve prejuízo direto ao clube. A apuração promete mexer com o Eagle Football Group e pode impactar futuras movimentações entre Botafogo e Lyon.
A turbulência expõe mais um capítulo delicado na gestão do conglomerado comandado por Textor, que vem sendo criticado na França e no Brasil. Mesmo assim, o empresário defende a legalidade das operações e mantém confiança de que a auditoria esclarecerá todos os pontos.