Rio
Mãe de jovem soterrado diz que desabamento no Catete “já era anunciado”
O desabamento de um sobrado no bairro do Catete, na Zona Sul do Rio, deixou 17 pessoas feridas na manhã desta segunda-feira (8)
A mãe de Jhonatan Souza de Oliveira, de 21 anos, último resgatado do desabamento de um sobrado no Catete, Zona Sul do Rio, afirmou que a tragédia desta segunda-feira (8) já era esperada. Andreza da Conceição Souza relatou que a estrutura apresentava problemas desde o ano passado e que o filho chegou a se machucar após parte do imóvel ceder.
“No ano passado já tinha caído o reboco. Isso aí já era anunciado. A namorada dele falava: ‘Sai daí, essa casa tá caindo’. Já tinha caído, ele chegou lá em casa com as costas bem ralada. Eu falei: ‘Cara, lá tá perigoso, sai de lá.’ Mas assim, não escuta a mãe, né? Mas graças a Deus ele vai ficar bem”.
A mãe, moradora de Nova Iguaçu, contou que soube do desabamento ainda de madrugada e conseguiu chegar rápido ao local porque estava na casa da namorada, na capital.
Ela explicou que o jovem morava no sobrado com o pai e trabalhava como feirante. Para facilitar a rotina, ele se mudou para o Catete há cerca de quatro anos.
“Como ele é feirante, então aqui fica mais perto para ele poder fazer as feiras, porque ele faz a Feira da Glória, Feira da Cruz Vermelha, Feira do Rio, Botafogo. Ele veio morar aqui com 17 anos para trabalhar com o pai”.
O que se sabe sobre o desabamento no Catete?
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi acionado às 4h36 para atender ao desabamento do sobrado localizado na Rua Tavares Bastos, esquina com a Rua Bento Lisboa. Militares iniciaram imediatamente as buscas entre os escombros.
De acordo com a corporação, 17 pessoas foram resgatadas, a maioria com ferimentos leves. Jhonatan foi o último a ser retirado. Quatro vítimas foram levadas ao Hospital Municipal Miguel Couto. Destas, três tiveram ferimentos leves e uma idosa de 82 anos permanece em observação com lesões moderadas.
A operação de resgate
A ação mobilizou cerca de 50 militares, incluindo equipes do Grupo de Operações Especiais e do Grupamento de Operações com Cães. Drones com câmeras térmicas auxiliaram na identificação de vítimas sob os escombros. Apesar dos danos internos, a fachada do sobrado permaneceu de pé.
A Defesa Civil municipal foi acionada para avaliar a estabilidade da estrutura e do entorno, com possibilidade de interdição e outras medidas de segurança.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, das 20 famílias que viviam no sobrado, 19 cadastradas receberão aluguel social e apoio da Prefeitura para realocação emergencial.