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O que significa, segundo a psicologia, guardar coisas antigas mesmo sem usar
Objetos guardam emoções
Guardar roupas velhas, cartas, objetos quebrados ou lembranças que já não têm função prática é mais comum do que parece. Segundo a psicologia, esse comportamento nem sempre é só hábito ou falta de tempo para organizar. Muitas vezes, está ligado a apego emocional, memória afetiva e à forma como a pessoa constrói identidade ao longo da vida, usando objetos como âncoras de significado.
Guardar coisas antigas tem relação com memória emocional?
Objetos não são apenas coisas. Para o cérebro, eles podem funcionar como gatilhos de memória, capazes de reativar lembranças, emoções e períodos da vida que não estão sempre conscientes.
Quando alguém guarda algo antigo, geralmente não está preservando o objeto em si, mas o que ele representa. É como manter por perto um atalho para uma sensação, uma pessoa ou uma fase que marcou.
Como diferenciar apego emocional de acumulação problemática?
A psicologia faz uma distinção importante entre guardar alguns itens com valor simbólico e não conseguir descartar absolutamente nada. No cotidiano, o mais comum é o apego emocional saudável, quando a pessoa escolhe poucas coisas que realmente importam.
Já a acumulação problemática envolve sofrimento e dificuldade intensa de jogar fora, mesmo quando o item não tem utilidade nem significado claro. Ou seja, guardar não é sinônimo automático de problema.

Por que é tão difícil se desfazer de certos objetos?
Muitos itens antigos carregam significados que vão além do material. Eles podem representar pessoas importantes, conquistas pessoais, segurança emocional e sensação de pertencimento.
Por isso, descartar um objeto pode ser sentido como perder uma parte da lembrança. Mesmo que racionalmente a pessoa saiba que a memória continua, emocionalmente o gesto pode parecer uma ruptura.
O vínculo entre guardar objetos e a construção da identidade
Segundo psicólogos, parte da identidade é construída a partir da própria história. Objetos antigos funcionam como marcos dessa trajetória e ajudam a pessoa a lembrar quem foi, quem é e como chegou até aqui.
Em fases de mudança, transição ou insegurança, o apego tende a aumentar. Guardar algo pode virar uma forma silenciosa de manter continuidade quando tudo parece instável.
A psiquiatra Rita Jorge explica, em seu Tiktok, como esse comportamento, em excesso, pode se tornar algo que afeta as pessoas próximas a nós:
@ritajorge59 Acumuladores Transtorno muito difícil!!! Rita Jorge, Médica, Psiquiatra, CRM 88.994, RQE 26.859, #psiquiatrasp #qualidadedevida #depressão #tab #depressao #ansiedade #tag #tdah #tdahadulto #saudeespirital #cuidardequemcuida #atividadefísica #psiquiatraestoica #autismo #tea #acumuladores ♬ som original – Rita Jorge – Bote Salva Vidas
Quando guardar coisas antigas pode estar ligado à ansiedade?
Em alguns casos, guardar objetos sem usar se conecta a ansiedade e medo de perda. Pode existir receio de esquecer o passado, perder vínculos afetivos ou abrir mão de uma versão antiga de si mesmo.
O que realmente importa para a psicologia não é a quantidade de coisas guardadas, mas a relação com elas. É saudável quando não atrapalha a rotina e não causa sofrimento. O equilíbrio está em guardar com intenção, e não por medo.