Automobilismo
Quanto custa manter um carro e será que vale a pena tê-lo na garagem?
Cada vez que você usa o carro pode custar mais
Ter um carro parado na garagem pode parecer sinônimo de conforto, mas, quando impostos, seguro, manutenção, estacionamento, gasolina e depreciação entram na conta, o “carro só para o fim de semana” muitas vezes se revela um grande peso no orçamento, mesmo quase sem uso.
Quanto custa manter um carro parado na garagem
A ideia de que um veículo pouco usado “não dá gasto” é comum, mas não corresponde à realidade financeira. Mesmo com uso mínimo, um carro segue gerando despesas mensais e anuais relevantes, independentemente da quilometragem rodada.
Tomando como exemplo um Chevrolet Onix 1.0, que faz em média 12 km/l na cidade, e considerando gasolina a R$ 5,90 o litro em abril de 2025, rodando apenas 50 km por semana, já se percebe que o “carro de fim de semana” não sai tão barato, sem contar os custos que independem totalmente do uso, como IPVA e seguro.

Quais são os principais gastos fixos de um carro pouco usado
Para entender quanto custa ter um carro no Brasil hoje, é essencial separar os custos fixos, que existem mesmo com o veículo parado. Eles incluem impostos, seguros, manutenções mínimas e eventuais despesas de estacionamento, todos se acumulando ao longo do ano.
No caso de um carro popular na faixa dos R$ 85.000, um cenário comum inclui valores aproximados como:
- IPVA anual: cerca de R$ 2.000 para um veículo desse porte.
- Seguro: em torno de R$ 2.500, mesmo para um carro que fica a maior parte do tempo na garagem.
- Revisão e manutenção: algo em torno de R$ 1.000 ao ano, considerando trocas básicas e cuidados mínimos.
- Estacionamento fixo: em muitos prédios ou regiões centrais, pode chegar a aproximadamente R$ 2.200 ao ano.
- Gasolina para uso leve: cerca de R$ 280 ao ano, considerando aqueles 50 km semanais.
- Valet: se o motorista entrega o carro ao manobrista quatro vezes por mês, pagando R$ 20 por vez, isso soma em torno de R$ 960 anuais.
Quanto pesa a depreciação no custo total do carro
A depreciação, muitas vezes ignorada, é um dos fatores que mais impactam o custo de manter um carro. Mesmo pouco utilizado, o veículo perde valor ano após ano, o que representa um gasto “invisível” para quem não acompanha essa desvalorização.
Do ponto de vista contábil, a Receita Federal considera que um carro tem vida útil de cerca de 5 anos, o que indica queda média de 20% ao ano. Assim, um veículo de R$ 85.000 pode perder aproximadamente R$ 7.000 por ano em valor de mercado, equivalente a cerca de 1,67% ao mês, algo comum em modelos como Onix, HB20, Argo e similares.
Qual é o custo médio de cada vez que você usa o seu carro
Ao somar todos os custos, o impacto real de manter um carro fica mais claro para o bolso. Os gastos fixos anuais aproximados de R$ 8.940, somados a cerca de R$ 7.000 de depreciação, levam o total para perto de R$ 15.940 por ano, ou cerca de R$ 1.328 por mês.
Se o carro sai da garagem apenas quatro vezes por mês, ou 48 vezes no ano, cada “passeio” custa em média cerca de R$ 332. Para quem faz planejamento financeiro, pode valer a pena dividir esse valor pelo número de horas efetivas de uso, comparando com táxi, aplicativos de corrida ou outros meios de transporte.
Quais alternativas podem ser mais econômicas que ter um carro próprio
Diante desses números, torna-se natural comparar o carro próprio com soluções como Uber, aluguel eventual de veículos e transporte público. Nessas alternativas, o gasto é percebido diretamente a cada uso, o que ajuda a ter mais clareza sobre quanto realmente está saindo do orçamento com mobilidade.
Entre as opções avaliadas por quem repensa o custo de manter um carro, costumam aparecer aplicativos de corrida, aluguel sob demanda, transporte coletivo e meios não motorizados, como bicicleta e caminhadas, muitas vezes combinados entre si ao longo da rotina.
- Aplicativos de corrida: pagamento por uso, com possibilidade de dividir o valor com amigos, familiares ou colegas.
- Aluguel por demanda: locação de carro apenas em viagens, fins de semana específicos ou situações pontuais.
- Transporte público: integração entre ônibus, metrô e trem, reduzindo gastos fixos mensais.
- Bicicleta, caminhadas ou caronas: complementos que ajudam a diminuir ainda mais o peso do transporte no orçamento.
No fim, entender quanto custa manter um carro é uma forma de enxergar melhor para onde o dinheiro está indo no dia a dia. Quem passa a ver o automóvel como um compromisso financeiro pesado, especialmente quando fica parado a maior parte do tempo, tende a buscar alternativas mais inteligentes de mobilidade e aprofundar o interesse em finanças pessoais, consumo consciente e escolhas que deixem a rotina mais leve e o bolso mais protegido.