Automobilismo
Jaguar encerra produção do F-Pace e aposta tudo nos elétricos
No fim de 2024, a Jaguar encerrou uma etapa importante de sua história ao produzir o último exemplar do Jaguar F-Pace na fábrica de Solihull, no Reino Unido. O SUV, que marcou a estreia da marca britânica no segmento de utilitários esportivos de luxo com motor a combustão, permaneceu em linha por cerca de uma década e se tornou o automóvel mais vendido da fabricante nesse período. O modelo derradeiro, um F-Pace SVR na cor preta, foi destinado ao acervo histórico da Jaguar Daimler Heritage Trust, em Gaydon, simbolizando o fim de um ciclo e o início de uma nova fase focada na eletrificação.
Jaguar F-Pace foi o SUV que mudou a estratégia da marca
Jaguar F-Pace, modelo que representa uma virada de página para a fabricante. Até sua chegada, a Jaguar era fortemente associada a sedãs de luxo e cupês esportivos, e a entrada no segmento de SUV de luxo buscou atender à mudança de preferência do consumidor global.
O F-Pace foi desenvolvido com foco em dinâmica esportiva, característica tradicional da marca, combinada à proposta de utilitário. As versões com motorização mais potente, como a variante SVR, aproximavam o comportamento do carro ao de esportivos de alto desempenho, mas com espaço para família e bagagem.

Jaguar F-Pace consolidou vendas e tecnologia entre os SUVs de luxo
Essa combinação ajudou o SUV a se tornar o veículo mais comercializado da Jaguar no mundo ao longo de sua vida útil, contribuindo de forma consistente para o faturamento do grupo JLR. Mais de 250 mil unidades foram comercializadas em diversos países, ampliando a presença da marca em mercados estratégicos.
Além das versões convencionais, o F-Pace recebeu atualizações de tecnologia e design, acompanhando a evolução do mercado premium. Sistemas de assistência à condução, centrais multimídia mais completas e melhorias em eficiência energética o mantiveram competitivo frente a rivais como Porsche Macan, BMW X3 e Mercedes-Benz GLC.
Por que a produção do Jaguar F-Pace chegou ao fim
O encerramento da produção do Jaguar F-Pace está diretamente ligado à decisão estratégica da Jaguar de migrar para uma linha de produtos totalmente elétrica. Manter um SUV de grande volume com motorização tradicional deixaria de fazer sentido dentro do novo planejamento industrial e das metas globais de sustentabilidade.
Essa transição faz parte de um movimento mais amplo da indústria automotiva, que enfrenta regulamentações ambientais mais rígidas e pressão por redução de emissões. Para a Jaguar, implica reorganizar fábricas, revisar portfólio e investir em plataformas específicas para carros elétricos, encerrando uma era de motores a combustão que moldou sua imagem esportiva.
Como a Jaguar está reorganizando sua linha para modelos elétricos
Ao direcionar recursos para projetos elétricos, a fabricante busca simplificar a linha, evitar sobreposição de produtos e concentrar esforços em poucos modelos de alto valor agregado. O objetivo é construir uma identidade clara para a nova fase, com luxo contemporâneo, conectividade avançada e desempenho garantido por motores elétricos.
Esse redesenho envolve decisões práticas que afetam toda a cadeia, do planejamento industrial à relação com concessionárias. Entre os principais focos da marca para sustentar essa transição, destacam-se:
- Investimento em plataformas dedicadas a veículos 100% elétricos.
- Reposicionamento da Jaguar em um patamar mais exclusivo dentro do grupo JLR.
- Redução gradual de versões a combustão e híbridas no portfólio global.
- Fortalecimento de serviços digitais, atualizações de software e conectividade.
Qual será o papel dos elétricos no futuro da Jaguar
Com o fim do F-Pace, a estratégia da Jaguar passa a girar em torno de uma nova geração de carros elétricos. O primeiro modelo dessa etapa será derivado do protótipo Type 00, enquanto o logotipo atualizado reforça visualmente o novo posicionamento e o caráter mais premium da marca.
No cenário global, a aposta em modelos elétricos é desafiadora, com ritmo de adoção variando entre regiões. Fatores como infraestrutura de recarga, custo das baterias e incentivos governamentais influenciam diretamente a aceitação do público, mas a Jaguar optou por acelerar a transformação e reduzir gradualmente motores a combustão.

Como a transição da Jaguar afeta o mercado brasileiro
No Brasil, a mudança já tem impacto prático. A marca, que integra o grupo JLR ao lado da Land Rover, anunciou uma pausa na venda de carros novos da Jaguar no início de 2025, aguardando a futura linha de elétricos e reorganizando seu posicionamento local.
Concessionárias e clientes passam por um período de transição, com foco em pós-venda, seminovos e preparação para receber modelos totalmente elétricos. Ganham relevância programas de fidelização, atualizações de software e expansão da rede de recarga em grandes centros urbanos e rotas rodoviárias estratégicas.
O que a despedida do Jaguar F-Pace representa para o mercado global
A saída do Jaguar F-Pace de cena representa mais do que o fim de um produto específico. O movimento sinaliza a disposição de uma marca tradicional em redesenhar seu portfólio a partir de novas exigências ambientais e tecnológicas, reduzindo opções a combustão e abrindo espaço para SUVs elétricos com foco em desempenho e conforto.
Para colecionadores, o último F-Pace SVR no acervo da Jaguar Daimler Heritage Trust tende a ganhar relevância histórica, marcando o fechamento de um ciclo. Para a indústria, o caso ilustra como fabricantes de nicho observam o desempenho comercial dos próximos elétricos da Jaguar antes de acelerar planos semelhantes de eletrificação e reposicionamento.