Condições chocantes na fábrica da BYD na Bahia são expostas

Recentemente, o Ministério Público do Trabalho (MPT) moveu uma ação judicial contra a montadora BYD e duas empresas terceirizadas, em razão de alegações de condições de trabalho análogas à escravidão na construção de uma fábrica em Camaçari, Bahia. A investigação começou após uma denúncia anônima, revelando que 220 trabalhadores chineses foram submetidos a condições degradantes.

Em uma operação conjunta, o MPT, juntamente com outros órgãos e forças policiais, resgatou 163 trabalhadores da JinJiang Construction Brazil Ltda. e 57 da Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda. Esses trabalhadores, que chegaram ao Brasil com vistos para atividades especializadas, foram encontrados em situações de trabalho precárias.

Quais eram as condições de trabalho dos trabalhadores?

Os operários estavam alojados em condições inadequadas, com superlotação e falta de higiene. Eles eram submetidos a jornadas exaustivas, sem descanso semanal, e tinham seus passaportes retidos. Além disso, os contratos continham cláusulas consideradas ilegais, como retenção de parte do salário e penalidades severas para rescisão antecipada.

As condições sanitárias nos alojamentos eram alarmantes, com cozinhas em estado precário e um número insuficiente de banheiros. Alimentos eram armazenados de forma inadequada, sem refrigeração, e dividiam espaço com materiais de construção.

O que o Ministério Público do Trabalho está reivindicando?

O MPT busca uma indenização significativa por danos morais coletivos, além de compensações individuais para os trabalhadores afetados. A ação também exige o pagamento das verbas rescisórias devidas e a aplicação de multas por descumprimento das normas trabalhistas.

Como as empresas envolvidas estão respondendo?

Até o momento, as empresas envolvidas não aceitaram um acordo proposto pelo MPT para ajustar suas práticas. A ação foi protocolada na Justiça do Trabalho após a recusa das empresas em assinar um termo de ajuste de conduta. A BYD, uma das principais empresas envolvidas, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Este caso destaca a importância de garantir condições de trabalho dignas e o cumprimento das leis trabalhistas, especialmente em grandes projetos de construção que envolvem trabalhadores estrangeiros.