Automobilismo
O ajuste errado que causa 60% dos acidentes começa antes de ligar o carro
Postura errada ao dirigir pode ser o erro invisível
Uma regulagem errada de volante, banco e espelhos parece detalhe pequeno, mas está ligada a boa parte dos acidentes de trânsito. A forma como a pessoa se senta, apoia os pés e segura o volante influencia diretamente a força de frenagem, o controle do carro e até o cansaço durante a direção.
Por que a posição no banco altera a segurança na direção
Muita gente dirige quase deitada, com as pernas esticadas e o corpo afastado do volante. Essa postura reduz o controle sobre os pedais, aumenta o tempo de reação em emergências e favorece que o corpo escorregue no banco, prejudicando ainda mais a estabilidade.
Quando o banco está mais próximo dos pedais e o joelho fica semi-flexionado, o motorista consegue usar a perna inteira para frear, e não só a ponta do pé. Numa frenagem forte, essa diferença é decisiva para manter eficiência no freio, estabilidade do quadril e capacidade de virar o volante sem perder pressão no pedal.

Como ajustar banco e volante para ter mais controle do carro
O ajuste ideal começa pelos pés, trazendo o banco para frente até que, ao pressionar o pedal de freio com força, o joelho permaneça levemente flexionado. Assim, o motorista aplica mais carga no pedal, aciona corretamente o sistema de freios (inclusive o ABS) e interage melhor com recursos eletrônicos como controle de estabilidade e frenagem autônoma.
Com o banco ajustado, o encosto deve manter a coluna apoiada e permitir que os braços alcancem o volante com leve flexão. Um truque é encostar o pulso no aro do volante mantendo as costas totalmente apoiadas: se precisar descolar as costas, o encosto ainda está longe demais e reduz o controle em manobras rápidas.
Como segurar o volante corretamente melhora a segurança
A forma de pegar no volante interfere diretamente na segurança e na precisão das manobras. A recomendação é posicionar as mãos como se o volante fosse um relógio analógico, na marca de “15 para as 3”, encaixando o dedo no desenho anatômico do volante, quando ele oferece esse apoio.
Em uma frenagem de emergência, o corpo tende a ir para frente, e as mãos nessa posição mantêm os dois ombros apoiados no encosto. O peso do corpo se distribui melhor entre cinto e volante, evitando rotações bruscas do tronco e perda de eficiência, inclusive em veículos com direção elétrica e sistemas de assistência à condução.
Quais ajustes complementares aumentam conforto e reduzem lesões
Com banco e volante bem posicionados, o cinto de segurança tende a se encaixar naturalmente na região óssea do quadril e sobre o ombro, sem encostar no pescoço ou escorregar para o peito. Essa posição reduz o risco de lesões em impactos e diminui o desconforto em viagens longas, ajudando a manter a postura correta e a atenção.
O encosto de cabeça também precisa ser ajustado, imaginando uma linha entre olhos, ouvido e o centro do apoio. Quando essa linha passa pelo meio do encosto, a altura está adequada, o que reduz o risco de efeito chicote em colisões traseiras e evita sobrecarga na musculatura do pescoço em trajetos prolongados.
Como regular espelhos retrovisores para reduzir o ponto cego
Depois de acertar a postura, é a vez dos espelhos. No retrovisor interno, a ideia é enxergar a maior área possível da parte traseira do carro, deixando o espelho um pouco mais alto. Se, em uma viagem, a imagem passar a mostrar mais teto, é sinal de que o motorista relaxou demais a postura, e não de que o espelho se mexeu.
Os espelhos laterais devem ser abertos para reduzir o famoso ponto cego, evitando mostrar grande parte da lateral do carro. Ao deixar apenas um mínimo de carro visível, áreas antes invisíveis passam a aparecer no espelho, reduzindo o risco de fechar motos e outros veículos e potencializando sistemas de monitoramento de ponto cego, quando presentes.
Quais dicas práticas ajudam a enxergar mais e ser visto no trânsito
Algumas orientações simples melhoram a visão periférica e a comunicação com os outros motoristas. A regulagem correta dos espelhos e a postura alinhada facilitam perceber a presença de veículos ao lado e entender quando o próprio carro está no ponto cego de outro, orientando um posicionamento mais seguro na via.
Para aplicar esses conceitos no dia a dia, vale adotar alguns cuidados práticos e objetivos sempre que for dirigir, tanto em trânsito urbano quanto em estrada:
- Manter banco e encosto ajustados antes de começar a rodar, e não em movimento.
- Checar se o retrovisor interno mostra toda a área de trás, sem excesso de teto ou banco.
- Abrir os espelhos laterais até quase sumir a lateral do carro, reduzindo o ponto cego.
- Observar, ao olhar o espelho externo de outro veículo, se o rosto do motorista aparece.
- Se o rosto não aparecer, entender que o carro provavelmente entrou no ponto cego do outro.
Para quem quer dirigir com mais segurança e menos cansaço, ajustar banco, volante e espelhos deixa de ser detalhe e vira prioridade. Explorar outras curiosidades sobre direção defensiva, tecnologia dos carros e comportamento no trânsito ajuda a descobrir truques simples que fazem diferença, como manter distância segura, antecipar riscos e usar corretamente sistemas de assistência à condução.