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Por que os carros no Brasil desvalorizam bem mais que 20% ao ano

A verdade incômoda sobre quanto seu carro desvaloriza

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Por que os carros no Brasil desvalorizam bem mais que 20% ao ano
A desvalorização dos carros no Brasil ocorre de forma mais intensa nos primeiros anos de uso - Créditos: depositphotos.com / Canetti

O mercado de automóveis no Brasil costuma chamar atenção pela rapidez com que os veículos perdem valor. A ideia de que “carro perde 20% ao ano” é repetida com frequência, mas não descreve toda a realidade, pois em muitos casos a desvalorização é bem maior, sobretudo nos primeiros anos de uso e em modelos com custos altos de manutenção, afetando diretamente o planejamento financeiro de quem compra, troca ou vende um carro.

Por que a desvalorização de carros é tão alta no Brasil

A desvalorização de carros no Brasil é influenciada por tributação elevada, instabilidade econômica e preferência do mercado por veículos mais novos. Na prática, o carro começa a perder valor ao sair da concessionária, e a queda mais intensa costuma ocorrer nos três primeiros anos de uso, quando deixa de ser “zero quilômetro” e passa a concorrer com uma grande oferta de seminovos.

O país também tem histórico de juros altos e crédito caro, o que encarece o financiamento e reduz o poder de compra. Com menos pessoas aptas a comprar carros, especialmente usados mais antigos, o preço de revenda precisa ser ajustado para baixo para atrair interessados, mantendo a desvalorização em patamares elevados em comparação com outros mercados.

Por que os carros no Brasil desvalorizam bem mais que 20% ao ano
Desvalorização de carros no Brasil é influenciada por tributação elevada – Créditos: (depositphotos.com / alfexe)

Quais são os principais fatores que derrubam o valor de um carro

Entre os elementos que mais contribuem para a perda de valor de um automóvel, alguns se destacam pela frequência com que afetam o bolso do proprietário. A soma desses pontos forma o chamado “custo total de propriedade”, que vai muito além do preço de compra e influencia diretamente a atratividade do veículo no mercado de usados.

Além dos custos de manutenção e da idade do veículo, o comportamento do consumidor e a percepção de risco também pesam na precificação. A seguir, estão alguns dos fatores mais relevantes que costumam derrubar o valor de um carro no Brasil:

  • Tributos e encargos elevados: impostos na compra, como IPI e ICMS, inflacionam o preço inicial, dificultando a revenda frente a modelos novos e seminovos também caros.
  • Custos de manutenção e peças: revisões caras, mão de obra especializada e componentes importados reduzem o interesse do consumidor e aumentam a desvalorização.
  • Seguro e risco de sinistro: veículos com seguro alto, histórico de roubos frequentes ou reparos complexos perdem valor mais rapidamente.
  • Consumo de combustível: modelos conhecidos por gastar mais tendem a ser menos procurados em momentos de combustível caro, pressionando o preço para baixo.
  • Baixa liquidez no mercado: carros com pouca saída, seja pela marca, motorização ou configuração, exigem descontos maiores para serem vendidos.

Como diminuir o prejuízo com a desvalorização de carros no Brasil

Embora não seja possível escapar totalmente da desvalorização, algumas estratégias ajudam a reduzir o impacto financeiro ao longo do tempo. O primeiro passo é analisar o carro não apenas pelo valor de tabela, mas também pelo conjunto de despesas recorrentes, como impostos, consumo de combustível, seguro e revisões, formando uma visão realista do custo total de propriedade. Ferramentas online de simulação de custos e relatórios de mercado podem apoiar essa análise e evitar escolhas impulsivas.

  • Avaliar o custo total antes da compra: considerar IPVA, seguro médio, preço de revisões e troca de peças comuns, usando planos de manutenção divulgados pelas montadoras.
  • Preferir modelos com boa reputação de durabilidade: carros com menor índice de quebra e manutenção simples costumam sofrer menos desvalorização.
  • Optar por versões com mecânica mais simples: motores muito específicos, câmbios pouco comuns ou tecnologias raras podem encarecer reparos e afastar compradores.
  • Manter histórico de manutenção em dia: revisões registradas, notas fiscais e laudos de vistoria ajudam a valorizar o carro na revenda.
  • Cuidar do estado geral: conservação de pintura, interior e pneus influencia diretamente a proposta recebida na hora da venda ou troca.

Quais carros costumam desvalorizar menos no mercado brasileiro

Modelos que apresentam baixo consumo de combustível, ampla rede de assistência técnica e peças facilmente encontradas tendem a preservar melhor o valor. Veículos com grande presença em frotas, uso diário e histórico de confiabilidade também costumam ter maior procura, o que reduz a necessidade de grandes descontos na revenda.

De forma geral, carros populares, compactos e com motorização simples aparecem com frequência em rankings de menor desvalorização. Já modelos de nicho, de luxo ou com mecânica complexa podem enfrentar perda de valor mais intensa, especialmente após o término da garantia, o que torna essencial analisar relatórios de mercado e estudos de desvalorização antes da compra.

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