Ano de 2025 bate recorde de golpes pela internet

O ano de 2025 entrou para a história como um dos mais críticos para a cibersegurança global. A aceleração tecnológica e o uso cada vez mais amplo de inteligência artificial por criminosos elevaram os riscos a níveis inéditos. Somente no segundo trimestre, a média mundial de ataques semanais por organização chegou a 1.984 — aumento de 21% em relação a 2024. Há estudos que apontam um crescimento global de até 44% nos ataques ao longo do ano.

Outro marco preocupante: pela primeira vez, o mundo da cibersegurança registrou um ataque totalmente coordenado por inteligência artificial, sem qualquer interferência humana, atingindo mais de 30 empresas de diferentes setores.

O especialista em cibersegurança Alberto Jorge explica que essa nova fase dos golpes tem relação direta com a evolução da IA generativa. Segundo ele,

“o primeiro ataque foi 100% coordenado por inteligência artificial. Não houve envolvimento humano ao longo do processo, o que é extremamente curioso e preocupante.”

Alberto destaca ainda o avanço dos golpes de engenharia social:

“Os ataques de phishing estão muito mais convincentes. Hoje você recebe um e-mail tão bem escrito e com tanto contexto que acredita que é para você. O mesmo vale para deepfakes em videochamadas, que simulam voz e imagem de alguém real.”

Entre os exemplos citados, ele explica como criminosos conseguem se passar por profissionais conhecidos:

“O famoso golpe do advogado usa imagem e voz coletadas nas redes sociais. A IA aprende com aquele material e consegue simular a pessoa em uma ligação de vídeo.”

Sobre os setores mais visados, o especialista aponta:

“O setor financeiro continua sendo o mais atacado — bancos, fintechs, seguradoras. Mas também vemos crescer fraudes no varejo, golpes por phishing e diversos tipos de fraude digital.”

Alberto alerta ainda para a adoção desenfreada de IA nas empresas:

“Existe uma pressão enorme para implementar inteligência artificial sem planejamento. Muitas vezes, a tecnologia é adotada porque o vizinho está adotando, sem considerar riscos ou estratégias claras.”

Além do setor financeiro e do varejo, áreas como educação e telecomunicações também estão entre as mais atacadas por hackers.