Brasil
Após tarifa, setor de carnes brasileiro manda recado aos EUA: “Big Mac vai ficar mais caro”
Com exportações travadas, setor prevê prejuízo milionário e alerta que os EUA também enfrentarão alta nos preços e escassez de carneO setor de carnes do Brasil está em alerta após a imposição de uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira pelos Estados Unidos. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, os frigoríficos já começaram a suspender a produção destinada ao mercado norte-americano, e as consequências podem ser drásticas.
Perosa afirma que a medida torna inviável manter as exportações, afetando diretamente o segundo maior comprador da carne brasileira. “Com essa taxação, se torna inviável a exportação de carne bovina para os EUA (…). Nós temos cerca de 30 mil toneladas produzidas que estão nos portos ou já em águas”, alertou.
Segundo Perosa, o Brasil atualmente complementa a produção dos EUA, que enfrentam o menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos.
Ao ser perguntado sobre o Big Mac ficar mais caro, ele disparou: “Nos Estados Unidos, com certeza”.
Veja a declaração:
Qual o prejuízo estimado com a tarifa?
O presidente da Abiec afirma que a carga já enviada ou pronta para envio representa um valor aproximado de US$ 160 milhões. Ele destacou que a medida preocupa toda a cadeia produtiva da carne, que gera 7 milhões de empregos no Brasil.
“É uma preocupação adicional ao produtor (…). A sugestão imediata é, se possível, uma prorrogação do início da taxação, porque existem contratos em andamento, e não dá tempo de desfazê-los até o dia 1º (de agosto)”, declarou.
O setor agora aguarda negociações diplomáticas ou a revisão da medida, temendo que os impactos se agravem caso a tarifa entre em vigor sem ajustes ou prorrogação.